Desempenho do democrata no debate de quinta-feira (27) contra Donald Trump fez aumentar as dúvidas se o presidente dos Estados Unidos, de 81 anos, teria condições de governar o país por mais quatro anos. Presidente dos EUA, Joe Biden, faz discurso em comício eleitoral em Rileigh, na Carolina do Norte, em 28 de junho de 2024.
REUTERS/Elizabeth Frantz
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse nesta sexta-feira (28) que pretende vencer a eleição presidencial. Biden está pressionado a desistir da candidatura após um desempenho ruim no debate contra Donald Trump e o partido Democrata está pensando em substituí-lo na corrida contra o republicano.
“Eu pretendo ganhar esta eleição. (…) Quando você cai, você se levanta”, disse Biden durante comício eleitoral em Raleigh, Carolina do Norte.
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Com voz rouca —atribuída a um resfriado—, pouco entusiasmo e hesitante, Biden, de 81 anos, perdeu o debate para Donald Trump, de 78 anos, apontam quase todos os analistas políticos. Trump, candidato do Partido Republicano à Casa Branca, despejou uma série de mentiras com calma e de forma assertiva, sem ser corrigido por Biden.
Biden apresentou forma diferente no comício em relação ao debate. Falou com mais energia em discurso que durou 20 minutos, concluiu suas frases e falou de forma clara.
As críticas ao desempenho do presidente Biden no primeiro debate presidencial na quinta (27) fez crescer uma questão: é possível substituí-lo como candidato do Partido Democrata à presidência?
As eleições dos EUA acontecem em 5 de novembro. A convenção dos democratas, que vai confirmar Biden como candidato à reeleição, será entre 19 de agosto e 22 de agosto —daqui a menos de dois meses.
Após o debate, a imprensa norte-americana citou o estado de pânico de uma série de integrantes do Partido Democrata e a preocupação se o presidente dos EUA terá capacidade de governar por mais um mandato.
No entanto, o caminho para substituí-lo não é fácil. Entenda o seguir o cenário:
É possível substituir Biden?
Em tese, sim. É possível que o Partido Democrata substitua Biden por outro candidato. Mas uma coisa é a teoria; outra, a prática.
Um dos principais problemas é que os delegados que votarão em Biden são, em tese, do próprio presidente, e não do partido — nos Estados Unidos, os pré-candidatos de cada partido disputam prévias em cada Estado e território do país, elegendo um certo número de delegados em cada um deles. Quem tiver o maior número de delegados ao final do processo se torna o candidato do partido à Presidência.
Joe Biden em debate presidencial, nos Estados Unidos, em 27 de junho de 2024
REUTERS/Brian Snyder
Foi a campanha de Biden, e não o partido, quem angariou esses delegados em cada estado, que já realizaram suas primárias presidenciais.
As regras democráticas determinam que os delegados que Biden ganhou continuem obrigados a apoiá-lo na próxima convenção nacional do partido, a menos que ele lhes diga que está abandonando a disputa.
A brecha nessa história é que as convenções e suas regras são controladas pelos partidos políticos. O Comitê Nacional Democrata poderia se reunir antes da abertura da convenção, em 19 de agosto, e mudar essas normas, mas isso não é provável por conta de outra norma: deve ser o próprio candidato quem expresse o desejo de retirar sua candidatura.
Biden pensa em desistir?
Não, segundo fontes próximas a ele, que dizem que o presidente vem indicando não ter planos de desistir. Aos apoiadores, na saída do debate, afirmou: “Vamos continuar”. A porta-voz da campanha de Biden, Lauren Hitt, foi ainda mais clara na sexta-feira após o enfrentamento com Trump: “É claro que ele não vai desistir”.
As regras atuais dizem: “Os delegados eleitos para a convenção nacional comprometidos com um candidato presidencial devem, em sã consciência, refletir os sentimentos daqueles que os elegeram”.
Isso já aconteceu?
Não, e esse é um dos problemas.
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Alex Lorel
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