Além da surpresa registrada em todo o mundo com os resultados das eleições legislativas na França, a diplomacia brasileira viu com alívio a derrota da extrema-direita francesa – que, após bons resultados no primeiro turno, amargou uma terceira posição neste domingo (7).
Havia um temor de que um eventual êxito na França pudesse dar novo gás à onda conservadora e de extrema-direita no mundo. Segundo integrantes do governo Lula, os números registrados botam um freio nesse fenômeno.
Em um post no domingo, Lula fez referência também à vitória do Partido Trabalhista, mais alinhado à centro-esquerda, no Reino Unido.
A percepção no governo é de que os primeiros sinais desse avanço conservador no cenário internacional vieram com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, em 2016, mas também com o movimento para que o Reino Unido deixasse a União Europeia (o “Brexit”, iniciado no mesmo ano).
Por isso, a retomada trabalhista no Reino Unido e a união entre centro e esquerda para barrar a extrema-direita foram muito bem recebidas.
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O maior medo para os grupos de esquerdas no mundo segue sendo uma eventual vitória de Trump nas eleições americanas, em outubro, como o blog já mostrou.
Como o primeiro mandato de Trump influenciou outras democracias e levou à eleição de outros líderes de direita e extrema-direita mundo afora, há um temor de que esse fenômeno se repita.
Há, ainda, um reconhecimento de que o governo Biden foi importante em momentos-chave recentes da política brasileira – como quando o então presidente Jair Bolsonaro questionou a lisura das eleições de 2022, ou na tentativa frustrada de golpe em 8 de janeiro de 2023.
Para a diplomacia e o governo brasileiro, seria improvável que um governo Trump adotasse a mesma postura de defesa das instituições brasileiras em um cenário desse tipo.
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Alex Lorel
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