Em Caracas, os dois protestos acontecem ao mesmo tempo. Em meio a denúncias de fraude, Maduro foi declarado vencedor das eleições no último domingo (28) pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que é responsável pelas eleições no país e presidido por um aliado de Maduro. Oposição venezuelana faz protesto em Caracas
Em Caracas, na Venezuela, duas manifestações acontecem ao mesmo tempo neste sábado (3), sendo uma a favor e outra contra a vitória de Nicolás Maduro, declarado vencedor das eleições no último domingo (28) em meio a denúncias de fraude.
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, chegou à manifestação de caminhão, acompanhada por vários colegas políticos, mas não por seu candidato Edmundo González Urrutia.
Já os apoiadores a favor do governo realizam uma motociata pelas ruas de Caracas.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu pela paz na Venezuela antes das manifestações em meio as tensões crescentes.
“Que cada homem ou mulher venezuelanos, que for para as ruas no dia de hoje, encontre apenas um eco de paz, uma paz que reflete o espírito da coexistência democrática”, disse a OEA em comunicado na rede social X.
A oposição diz ter contagens paralelas segundo as quais González foi o vencedor com 67% dos votos –contra 30% de Maduro– e exige a apresentação das atas eleitorais completas pelo CNE
Com base nessas contagens, Estados Unidos, Panamá, Costa Rica, Peru, Argentina e Uruguai declararam que o candidato da oposição venceu Maduro.
Uma contagem realizada pela Associated Press de atas eleitorais divulgadas na última sexta-feira (2) pela oposição do país também mostrou, segundo a agência, que Edmundo González obteve significativamente mais votos nas eleições do último domingo do que o governo reconheceu.
Entenda a crise
Maduro foi declarado vencedor das eleições no último domingo (28) pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), de linha governista, em meio a denúncias de fraude por parte da oposição e de países da região.
Segundo o CNE, Maduro teria ganhado com 52% dos votos, contra 43% atribuídos a Edmundo González Urrutia, representante de Machado, impedida de disputar a presidência. As atas de votação não foram apresentadas.
Segundo contagem paralela da oposição, González venceu Maduro com 67% dos votos, contra 30%.
“Foram múltiplos os chamados e gritos de fraude por parte desse setor da direita, radical, criminosa e violenta da Venezuela”, disse Maduro em uma coletiva de imprensa. “Eles não querem reconhecer os mecanismos nacionais e soberanos da Venezuela, apenas querem manter o show da farsa”.
A oposição afirma ter provas de fraude e apresentou um site no qual publicou cópias de 84% das atas de votação em seu poder. O chavismo afirma que os documentos são forjados.
“Precisamos continuar avançando para fazer valer a verdade. Temos as provas e o mundo já as reconhece”, afirmou Machado na X, dizendo ter passado para a clandestinidade por temer por sua vida.
Depois do anúncio, manifestações eclodiram por todo o país, deixando dezenas de mortos e de feridos, segundo ONGs, e mais de 1.000 presos, segundo o Ministério Público venezuelano.
Maduro disse que os líderes da oposição, González e María Corina Machado, “têm que estar atrás das grades” e colocou as Forças Armadas nas ruas para coibir protestos contra o governo.
Líderes da oposição da Venezuela convocam marcha para defender a democracia em Caracas
REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria
Aumenta o reconhecimento da vitória opositora
Os Estados Unidos anunciaram nesta quinta (1º) que reconhecem a vitória de González na eleição. Os EUA foram seguidos por países sulamericanos nesta sexta. Veja abaixo quais são os países que anunciaram o reconhecimento da vitória de Edmundo González:
Estados Unidos
Argentina
Uruguai
Equador
Costa Rica
Panamá
Peru
Brasil, Colômbia e México emitiram uma nota conjunta na quinta-feira (1º) pedindo a divulgação de todas as atas eleitorais na Venezuela e solução da desavença pelas “vias institucionais”.
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Alex Lorel
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