Como é a dieta dos atletas olímpicos? Entenda como as modalidades influenciam na alimentação

Como é a dieta dos atletas olímpicos? Entenda como as modalidades influenciam na alimentação

A nutrição dos competidores está diretamente ligada ao gasto calórico diário. Peso corporal e tempo de prova também são fatores determinantes para a alimentação. Como é dieta dos atletas olímpicos?
Quem come mais, um atleta olímpico ou uma pessoa comum? A resposta óbvia seria, claro, um atleta de alto rendimento. Mas a verdade é que essa questão é bem mais complexa do que parece.
Isso porque, assim como para pessoas comuns, que podem até praticar um esporte regularmente, mas não vivem em função disso, para os atletas olímpicos comer está diretamente ligado à necessidade.
Se no dia a dia a necessidade pode estar muito atrelada à fome, no caso dos competidores, a necessidade é sempre sinônimo de gasto calórico.
💪🏻Gasto calórico é a quantidade de energia gasta pelo corpo diariamente para manter as funções básicas do organismo e para realizar as atividades ao longo do dia (como trabalhar, limpar a casa, fazer exercício físico).
Esse gasto, e consequentemente o consumo calórico, pode variar muito para os atletas e depende de três fatores principais:
Peso corporal
Tempo de prova
Modalidade
Nesta reportagem você entende por que o consumo calórico de um atleta pode ser menor do que uma pessoa comum e como a modalidade e os ciclos de treino influenciam na nutrição dos competidores.

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Atletas x pessoas comuns
Diferentemente de uma pessoa comum, que ainda que ativa, pratique uma hora de atividade física por dia como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS), no caso dos atletas, o esforço físico é constante.
Em rotinas que não são voltadas para o esporte, boa parte do dia é passado sentado, sem grande gasto de energia. Já para os competidores, a preparação diária envolve, geralmente, duas a três horas de treino por período no dia.
Tânia Rodrigues, nutricionista e presidente da Associação Brasileira de Nutrição Esportiva (ABNE), explica que a demanda energética de um atleta tende a ser muito maior do que a de um indivíduo comum.
“O gasto calórico de uma pessoa comum na maior parte das vezes não vai exigir um aumento calórico na dieta, somente uma adequação do que comer antes e depois do exercício, algo que é totalmente diferente para os atletas”, analisa a nutricionista.
Para os competidores, muitas variáveis influenciam na alimentação. Além dos fatores citados, são levados em consideração o período do treinamento, as especificidades dentro de cada modalidade e o calendário de competições.
“Um atleta que chega a um nível olímpico precisa ter um acompanhamento nutricional desde a temporada anterior, para se adequar aos treinamentos e às competições”, afirma a nutricionista esportiva Renata Parra.
🤸🏻‍♀️E com tantos pontos dentro dessa equação calórica, existem sim atletas que podem ter dietas menos calóricas do que pessoas comuns. (veja mais abaixo)
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Modalidades olímpicas e gasto calórico
Renata Parra, que é coordenadora de nutrição do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), explica que a nutrição de um atleta é pensada dentro do chamado macrociclo de treinamento – isto é, não só as competições, mas o desenvolvimento ao longo dessa preparação.
“O consumo energético vai mudando. Por isso precisamos adequar a dieta desde um período base, de construção muscular, até o período pré-competitivo”, comenta a nutricionista.
Nesse contexto, as modalidades influenciam diretamente na alimentação, seja pelo gasto calórico envolvido em cada atividade ou por exigências estéticas e de peso colocadas por alguns esportes.
Parra lembra que algumas categorias, como o nado artístico e a ginástica artística, por exemplo, exigem um corpo mais slim, já que trabalham muito com o aspecto estético. Isso leva a um controle constante não só do consumo calórico total do dia, com do peso e do percentual de gordura corporal.
Um atleta da natação tem um gasto calórico superior a 4.000 calorias.
François-Xavier MARIT / AFP
Nesses casos, as dietas dos atletas são montadas a partir de uma base de 1.500 calorias por dia – valor inferior ao consumo de uma pessoa que não é atleta.
➡️A OMS recomenda que, para um indivíduo com o peso corporal considerado saudável, o consumo calórico diário deve ser de cerca de 2.000 calorias.
Já em esportes como atletismo, levantamento de peso e natação o gasto calórico é muito grande, podendo demandar uma dieta acima de 4.000 calorias por dia.
“Quanto mais pesada for a pessoa e mais intensa ou seguidas forem as provas, como no caso do triatlo ou do pentatlo, por exemplo, mais calorias vão precisar ser ingeridas”, detalha a nutricionista Tânia Rodrigues.
🍝Idealmente, antes das competições é indicado que os atletas comam um prato com maior fonte de carboidratos – como frutas, pão e macarrão – para terem energia antes das provas.
🥗Já no período depois das disputas, as refeições devem ter mais vegetais e proteínas, que ajudam na recuperação muscular.
As nutricionistas ainda comentam que, em períodos pré-competitivos, o fator emocional também conta muito. Há atletas que, por conta da ansiedade, preferem fazer refeições mais leves antes das provas.
Mas esse cenário também é algo pensado ao longo da preparação nutricional feita durante os treinamentos e se assemelha muito a um exagero no fim de semana quem tem uma alimentação sempre saudável.
“Quando o atleta mantém uma alimentação regular e regrada, não tem problema no problema no período pré-competitivo comer algo que não é ideal. Mas é preciso ter uma educação alimentar bem estruturada”, explica Renata.
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