Diplomacia brasileira prepara ligação entre Brasil, México e Colômbia e o governo Maduro. Presidente da Venezuela procurou Lula para conversa, mas Brasil prefere debate ‘colegiado’. Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, pede para que população desinstale o WhatsApp
Leonardo Fernandez Viloria/Reuters
Diplomatas de quatro países vêm negociando, nos últimos dias, para confirmar a data de um telefonema entre o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e três países vistos como possíveis “articuladores” para a crise no país: Brasil, Colômbia e México.
A negociação avançou para que a ligação ocorra nesta quarta-feira (7). Maduro procurou a diplomacia brasileira para falar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o Itamaraty preferiu que a conversa fosse feita “em bloco”.
Até o momento, nenhum dos três outros países reconheceu a reeleição de Nicolás Maduro, anunciada há oito dias pelo órgão oficial eleitoral da Venezuela. A oposição a Maduro defende que Edmundo González foi eleito – e, assim como Brasil, Colômbia e México, cobra a divulgação da íntegra dos dados de votação.
O governo brasileiro planeja, inclusive, um segundo telefonema para que Lula possa conversar com González.
A oposição acusa Maduro de esconder as atas eleitorais. Já Maduro credita a não divulgação dos documentos a um ataque hacker e, mesmo sob cobrança dos países vizinhos, ainda não liberou o material.
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González
Edmundo González, opositor de Nicolás Maduro, proclamou-se o novo presidente eleito da Venezuela nesta segunda-feira (5). A oposição, liderada por González e por María Corina Machado, contesta o resultado da eleição desde o dia da votação, em 28 de julho.
A autoproclamação de González tem caráter simbólico porque, segundo a legislação venezuelana, quem tem poder legal de proclamar um novo presidente é o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), autoridade eleitoral do país.
“Nós vencemos esta eleição sem qualquer discussão. Foi uma avalanche eleitoral, cheia de energia e com uma organização cidadã admirável, pacífica, democrática e com resultados irreversíveis. Agora, cabe a todos nós fazer respeitar a voz do povo. Procede-se, de imediato, à proclamação de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da República”, disse comunicado assinado por González e por María Corina Machado, líderes da oposição.
Diplomatas brasileiros ouvidos pelo blog veem uma diferença entre as autoproclamações atuais de González e Maduro, como presidentes eleitos, e a autoproclamação do opositor Juan Guaidó como presidente interino em 2019.
À época, mais de 20 países reconheceram Guaidó como presidente interino.
No caso de González, ainda não é possível saber qual seria a possível adesão internacional ao opositor – e nem qual seria a repressão do governo Maduro a uma contestação mais efetiva.
Há, ainda, o fato de que González de fato recebeu votos nas urnas para se tornar presidente (Guaidó vinha do parlamento venezuelano) e o fato de que ainda há um impasse sobre o resultado final da votação.
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Alex Lorel
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