Nativo da bolha rural americana, candidato a vice de Kamala Harris tem experiência e carisma para falar por ela. A dupla Kamala Harris-Tim Walz imprimiu o tom vigoroso e bem-humorado à campanha democrata, em seu primeiro comício na Filadélfia, onde a atual vice-presidente americana apresentou o governador de Minnesota como seu candidato a vice.
Kamala enalteceu o histórico do professor de ensino médio-técnico de futebol-veterano militar-congressista-governador do Meio-Oeste como credenciais necessárias a “um vice-presidente que os EUA merecem”.
Walz é um progressista assumido. Defende sem rodeios o acesso ao aborto, a legalização da maconha recreativa, a comunidade LGBTQIA+, o controle de armas de assalto e a educação pública, ao mesmo tempo em que reforça o seu compromisso em lutar pela classe média.
Não tem medo de bater na chapa Trump-Vance, como semeadora do caos e da divisão, mas o faz com graça e energia.
“Esses caras são assustadores, simplesmente esquisitos pra caramba”, repetiu o governador, fazendo jus ao apelido de guerreiro sorridente. Esta frase tornou-se praticamente um slogan de campanha da nova chapa democrata, para definir seus opositores, contrastando com o tom sombrio adotado por Biden.
A prova de que a escolha de Kamala agradou é que, nas primeiras horas após o anúncio do nome de Walz à chapa, os cofres do partido se encheram com mais US$ 20 milhões. No último mês, a campanha arrecadou US$ 310 milhões.
A campanha de Trump sentiu o golpe, ao chamar Walz como radical de esquerda e perigoso extremista. Meteu os pés pelas mãos ao atacar uma de suas políticas, que concede o direito de voto a criminosos condenados, quando o ex-presidente e líder da chapa republicana é um criminoso condenado.
O comentarista David Axelrod, que coordenou a campanha de Barack Obama, assinalou a perturbação republicana com a mudança de ambiente no cenário eleitoral. “Você pode ver isso em seus tuítes, mostrando que Trump joga muito mal contra o que vimos esta noite”, ponderou.
Kamala e Walz iniciaram um périplo por sete estados decisivos na corrida eleitoral de novembro, na tentativa de dirimir a principal desvantagem do candidato democrata a vice-presidente – a de ser desconhecido no cenário nacional.
Além do carisma e da oratória, o governador de Minnesota tem a seu favor o fato de ser um nativo da bolha rural americana. Fala por ela com experiência própria.
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Alex Lorel
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