Ben Gvir liderou uma oração com centenas de israelenses no local, o terceiro mais sagrado do islã e onde os judeus são proibidos de rezar, em meio às tensões causadas pelas ameaças do Irã, do Hamas e do Hezbollah de um ataque a Israel. Ben Gvir durante visita a Jerusalém
UGC / AFP
O ministro israelense da Segurança Nacional, o ultradireitista Itamar Ben Gvir, liderou uma oração nesta terça-feira (13) na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, que contou com a presença de centenas de israelenses.
“Cerca de 2.250 judeus rezaram, dançaram e hastearam a bandeira israelense” na esplanada, disse à AFP um funcionário do Waqf, a administração jordaniana de propriedades religiosas muçulmanas em Jerusalém, sob condição de anonimato.
Localizada no setor da Cidade Santa ocupada e anexada por Israel, a Esplanada das Mesquitas é o terceiro lugar mais sagrado do islã. Segundo um status quo decretado após a conquista de Jerusalém Oriental por Israel em 1967, os não muçulmanos estão autorizados a visitar o local, mas em horários específicos e sem rezar, uma regra cada vez menos seguida por alguns judeus nacionalistas.
O Ministério das Relações Exteriores palestino denunciou “provocações” e falou “em violação do direito internacional” após o ato liderado por Gvir.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, repreendeu publicamente o ministro de seu governo e negou qualquer mudança nas regras que proíbem os judeus de rezar no local.
Os comentários de Gvir durante a visita ao complexo, para marcar o dia de luto judaico pela destruição dos templos antigos, ocorrem em um momento especialmente delicado, com a guerra em Gaza correndo o risco de se transformar em um conflito maior, potencialmente envolvendo o Irã e seus representantes regionais.
Reações internacionais
Os Estados Unidos, aliados de Israel, criticaram o ministro da Segurança Nacional e disseram que a ação prejudica os esforços para manter as negociações para um cessar-fogo no território palestino de Gaza.
“Não só é inaceitável, mas prejudica o que consideramos um momento vital, já que estamos trabalhando para que este acordo de cessar-fogo possa finalmente ser concretizado”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, à imprensa.
A ONU descreveu o ato do ministro israelense como “provocação inútil” em meio às tensões causadas pelas ameaças de retaliação do Irã, Hamas e Hezbollah após o assassinato de Ismail Haniyeh.
“Somos contra qualquer esforço para mudar o status quo em locais sagrados (…). Este tipo de comportamento não ajuda e é uma provocação inútil”, disse o porta-voz da ONU, Farhan Haqel, à imprensa.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, também condenou a provocação:
“A União Europeia condena firmemente as provocações do ministro israelense Ben Gvir que, durante a sua visita aos Lugares Santos, defendeu a violação do status quo”.
EUA, ONU e União Europeia condenam oração de ministro israelense na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém
Tags
About Author
Alex Lorel
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua veniam.
Deixe um comentário