Ideia seria fazer um ‘2º turno’ com a mediação de órgãos internacionais. A ideia é defendida por integrantes do governo Lula, como Celso Amorim, como uma das possibilidades para destravar o cenário crítico após a eleição venezuelana. Impasse na Venezuela leva Brasil a estudar proposta de uma nova eleição no país
O impasse após as eleições presidenciais da Venezuela levou o Brasil a estudar a proposta de um novo pleito no país. A ideia é a realização de um “2º turno” com a mediação de órgãos internacionais.
A realização desta nova eleição é defendida por integrantes do governo Lula, entre os quais o assessor especial internacional do presidente, Celso Amorim, como uma das possibilidades para destravar o cenário político venezuelano que está em estado crítico após a disputa de 28 de julho.
A informação é do jornal “Valor Econômico” e foi confirmada pelo blog.
O assunto foi debatido na reunião ministerial realizada em Brasília, realizada na quinta-feira (8) e conta com a simpatia do presidente Lula.
O blog apurou com integrantes do Palácio do Planalto que, além da possibilidade de uma nova eleição, há também uma possível tentativa de acordo entre o governo Maduro e a oposição, mas apontam que este seria um cenário muito difícil. Nicolás Maduro não dá sinais de aceitar nenhuma das duas ideias.
Alguns integrantes do governo não acreditam na possibilidade de realização de um dos dois acordos e que a estratégia do governo brasileiro deve se manter na insistência pelo pedidos das atas eleitorais.
O blog também apurou que o governo do México não está mais tão empenhado como estava no começo das negociações. Fica só Brasil e Colômbia nas negociações, o que enfraquece qualquer tipo de negociações.
Governo estuda propor novas eleições na Venezuela para estancar crise
Eleição na Venezuela
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Maduro foi reeleito com 51,95% dos votos, enquanto seu opositor, Edmundo González, recebeu 43,18%. A oposição e a comunidade internacional contestam o resultado divulgado pelo órgão eleitoral e pedem a divulgação das atas eleitorais. Segundo contagem paralela da oposição, González venceu Maduro com 67% dos votos, contra 30% de Maduro.
Com base nessas contagens, Estados Unidos, Panamá, Costa Rica, Peru, Argentina e Uruguai declararam que o candidato da oposição venceu Maduro.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) também não reconheceu o resultado das eleições presidenciais. Em relatório feito por observadores que acompanharam o pleito, a OEA diz haver indícios de que o governo Maduro distorceu o resultado.
O Brasil se posicionou ao lado de México e Colômbia, que divulgaram uma nota conjunta na quinta-feira (1º), pedindo a divulgação de atas eleitorais na Venezuela. A nota pede também a solução do impasse eleitoral no país pelas “vias institucionais” e que a soberania popular seja respeitada com “apuração imparcial”.
Na terça-feira (6), González afirmou ter ganhado as eleições no país e, nesta quarta, disse que não comparecerá a uma audiência judicial no Tribunal Supremo de Justiça para a qual ele havia sido convocado.
Ele acusou ainda o Tribunal Supremo — composto por juízes em maioria alinhados ao regime de Maduro — de usar o Judiciário para “‘certificar’ resultados que ainda não foram produzidos de acordo com a Constituição e a lei, com acesso dos partícipes às atas originais.
O regime de Maduro disse que o oposicionista pode receber uma ordem de prisão caso não compareça. Mais de 1,2 mil pessoas foram presas após os protestos que tomaram o país depois das eleições. Maduro disse que González e a líder da oposição, María Corina Machado, deveriam “estar atrás das grades”.
Maduro comparece à Suprema Corte venezuelana
Federico PARRA / AFP
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Alex Lorel
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