Israel faz novos bombardeios em Gaza na véspera de nova rodada de negociações de trégua

Israel faz novos bombardeios em Gaza na véspera de nova rodada de negociações de trégua

Nesta terça (13), representante do Hamas disse que o grupo terrorista não irá a reunião de negociações por acordo de cessar-fogo em Gaza porque acredita que o governo israelense de Benjamin Netanyahu dificulta as negociações. Bombardeio israelense em campo de refugiados na Faixa de Gaza
Eyad BABA / AFP
O Exército israelense bombardeou a Faixa de Gaza nesta quarta-feira (14), véspera de uma nova rodada de negociações para uma trégua que a comunidade internacional, especialmente os Estados Unidos, exige para dissuadir o Irã de executar um ataque contra Israel.
Apesar das negociações de cessar-fogo estarem previstas para serem retomadas nesta quinta-feira (15), o representante do Hamas no Líbano, Ahmad Abdul Hadi, disse em uma entrevista nesta terça que o grupo terrorista decidiu não participar das conversas porque os chefes do grupo terrorista acreditam que o governo israelense de Benjamin Netanyahu dificulta as negociações.
O gabinete do primeiro-ministro israelense detalhou, também nesta terça, suas condições para uma trégua, incluindo “um veto a alguns prisioneiros” libertados de suas prisões.
Nesta terça-feira (13), bombardeios e disparos de artilharia israelenses ocorreram também em vários pontos da Faixa de Gaza. Uma bebê de 3 meses foi a única sobrevivente de um bombardeio israelense que matou 10 membros de uma mesma família em Abasan, no leste de Khan Yunis.
Militares de Israel na Faixa de Gaza nesta quarta-feira (14)
Israeli Army / AFP
Cessar-fogo pode evitar guerra maior na região
Segundo a agência de notícias Reuters, três autoridades iranianas de alto escalão afirmam que apenas um acordo de cessar-fogo em Gaza pode atrasar os planos de retaliação do Irã contra Israel pela morte do ex-chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, e também do comandante do Hezbollah Fuad Shukr, no Líbano.
Nesta terça, mesmo com a pressão internacional, o Irã recusou-se a abandonar as ameaças contra Israel. Teerã “está determinado a defender a sua soberania”, declarou Naser Kanani, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano.
Amos Hochstein, emissário do presidente americano, Joe Biden, para lidar com o conflito, visitou Beirute nesta quarta-feira, onde alertou para a necessidade urgente de se chegar a um cessar-fogo em Gaza:
“Não há mais tempo a perder”.
Encontro de Amos Hochstein, enviado dos EUA para negociações de cessar-fogo, com o primeiro-ministro do Líbano
ANWAR AMRO / AFP
Israel em “alerta máximo”
Em post nesta quarta-feira (14), o presidente israelense, Isaac Herzog, afirma que o país permanece em “alerta máximo” e agradeceu os aliados, especialmente Joe Biden, pelo apoio no conflito:
“Enquanto as nossas forças de segurança estão em alerta máximo, desejo expressar minha gratidão e apreço aos nossos aliados, que estão conosco numa frente unida contra as ameaças odiosas do regime iraniano e dos seus afiliados terroristas. Gostaria de agradecer especialmente neste momento ao Presidente dos Estados Unidos e à liderança americana pelo seu firme compromisso – em palavras e atos – com a segurança do Estado de Israel. Juntos, estamos lado a lado na defesa do mundo livre”.
A declaração vem no mesmo dia em que o Pentágono anunciou a venda de caças e outros equipamentos militares para Israel no valor de mais de US$ 20 bilhões, o equivalente a R$ 109 bi.
As tensões crescentes levaram os governos ocidentais a desaconselhar viagens ao Líbano e a preparar a retirada dos seus cidadãos no caso de uma guerra em grande escala eclodir. Várias companhias aéreas suspenderam voos ou desviaram rotas devido à escala de tensões no Oriente Médio.
Diante da ameaça de um ataque iraniano, o Museu de Arte de Tel Aviv anunciou que colocou em um cofre subterrâneo as suas obras mais importantes, incluindo pinturas de Pablo Picasso e Gustav Klimt.

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