Grupo terrorista anunciou atualização na orientação aos guardas dos reféns um dia após Israel ter recuperado os corpos de seis israelenses em Gaza. Segundo autópsias, eles foram mortos entre 48 e 72 horas antes de serem encontrados. Montagem mostra os seis reféns mortos. Na linha superior, da esquerda para direita: Hersh Goldberg-Polin, Ori Danino e Eden Yerushalmi; na linha inferior, da esquerda para direita: Almog Sarusi, Alexander Lobanov e Carmel Gat.
The Hostages Families Forum via AP
O grupo terrorista Hamas deu uma nova orientação para os guardas encarregados dos reféns israelenses que o grupo mantém na Faixa de Gaza: matá-los caso o Exército de Israel chegue perto de um dos esconderijos.
“Dizemos a todos de forma clara que novas instruções foram emitidas aos combatentes encarregados de guardar os prisioneiros sobre como lidar com eles caso o exército de ocupação se aproxime do local onde estão sendo mantidos. A insistência de Netanyahu em libertar os prisioneiros por meio de pressão militar, em vez de firmar um acordo, significará o retorno deles a suas famílias em caixões, e suas famílias terão de escolher entre mortos ou vivos”, disse Abu Obaida, porta-voz das Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas.
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O porta-voz do grupo terrorista não entrou em detalhes específicos sobre as novas instruções aos guardas, mas disse que foram instituídas após o incidente em no campo de refugiados Al-Nuseirat, na faixa central de Gaza, mas não especificou qual teria sido o ataque.
A divulgação da nova instrução ocorreu um dia após as Forças de Defesa de Israel (FDI) terem recuperado os corpos seis reféns israelenses em Rafah, no domingo (1º). Segundo o Ministério da Saúde israelense, a autópsia dos corpos revelou que os seis morreram após terem sido baleados de uma curta distância entre 48 e 72 horas antes de serem encontrados.
A descoberta da morte dos reféns desencadeou uma onda de protestos por toda Israel e colocou pressão sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Há uma insatisfação popular com postura do governo diante das negociações por um cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza, que Israel trava contra o Hamas desde outubro de 2023.
Nesta segunda (2), Netanyahu pediu ‘perdão’ por não ter conseguido salvar os seis reféns israelenses encontrados mortos e disse que o Hamas ‘pagará um preço muito alto’ pelas mortes.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que Netanyahu não está fazendo o suficiente para garantir acordo entre Israel e Hamas para a libertação de reféns. Uma nova rodada de negociações por uma trégua com troca de reféns está acontecendo desde meados de agosto, mas ainda há obstáculos significativos entre as partes.
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Netanyahu pede perdão
Benjamin Netanyahu em coletiva de imprensa
Ohad Zwigenberg/Pool via REUTERS
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu nesta segunda-feira (2) “perdão” aos parentes dos seis reféns israelenses encontrados mortos em Gaza e enterrados em Israel no domingo e nesta segunda-feira (2).
“Peço perdão por não tê-los trazido vivos. Estivemos perto, mas não conseguimos”, declarou Netanyahu em uma rara coletiva de imprensa.
Netanyahu ainda afirmou que o grupo terrorista Hamas “pagará um preço muito alto” pelas mortes e renovou sua recusa em retirar as tropas de Israel do Corredor Filadélfia, na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito.
Segundo ele, o corredor é uma “tábua de salvação” para o Hamas:
“Temos que permanecer no Corredor da Filadélfia, é essencial para a segurança de Israel. Além disso, se sairmos, será difícil retornarmos. Este é um momento crítico para manter o corredor, sem o qual não seremos capazes de cumprir os objetivos da guerra”.
Protesto por acordo e resgate de reféns em Jerusalém
REUTERS/Ronen Zvulun
Pressão interna e internacional aumenta
Nesta segunda-feira (2), após a descoberta dos corpos, a pressão para que o governo israelense alcance um acordo pela libertação dos reféns mantidos em cativeiro pelo Hamas em Gaza aumento ainda mais.
Vários protestos foram registrados pelas ruas do país, a capital do país, e a confederação sindical Histadrut convocou uma greve nesta segunda.
A pressão também vem de fora. Mais cedo, ao ser questionado por um jornalista se Netanyahu estava fazendo o suficiente para conseguir um acordo de liberação de reféns, o presidente americano, Joe Biden, respondeu: “Não”.
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Alex Lorel
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