Justiça adia sentença criminal de Trump para depois das eleições

Justiça adia sentença criminal de Trump para depois das eleições

Sentença é relataiva à condenaçao do ex-presidente, em maio, por fraude ao comprar silêncio de atriz pornô. Data para que juízes revelem punição a Trump já havia sido adiada de junho para setembro, mas agora será lida em 26 de novembro, após as eleições presidenciais. Trump durante evento de campanha em Las Vegas, Nevada
REUTERS/David Swanson
O juiz que julga o caso em que Trump é acusado de desviar dinheiro de campanha para a atriz pornô Stormy Daniels afirmou que só vai emitir a sentença após o dia 26 de novembro — portanto, após as eleições presidenciais.
A sentença estava inicialmente programada para sair em 18 de setembro.
Em 2016, o ex-presidente aprovou pessoalmente o pagamento de US$ 130 mil para a atriz pornô Stormy Daniels para que ela não dar entrevistas dizendo que, dez anos antes, teve uma relação sexual com Trump, segundo a acusação.
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Trump, do Partido Republicano, estava na reta final da campanha eleitoral de 2016, na qual ele derrotou Hillary Clinton, do Partido Democrata. Ele temia que uma entrevista de Daniels fosse atrapalhar sua candidatura.
Segundo Michael Cohen, um ex-advogado de Trump, o então candidato deu pessoalmente a ordem para que Daniels recebesse o dinheiro.
A história de Daniels era preocupante duante a campanha, de acordo com Cohen: “Ele me disse: ‘Isso é um desastre, um desastre completo. As mulheres vão me odiar. Os caras acham legal, mas isso vai ser desastroso para a campanha’”, afirmou o ex-funcionário de Trump.
Trump está sendo julgado criminalmente por esconder contabilmente esse pagamento de US$ 130 mil que ele fez à atriz pornô. Ele nega que a relação sexual tenha acontecido.
O valor foi registrado como honorário advocatício para Michael Cohen, e não como despesas de campanha –o dinheiro foi até mesmo contabilizado como gasto da incorporadora imobiliária de Trump, e não da campanha.
Segundo o relato de Cohen, quando Trump estava se preparando para anunciar sua candidatura à presidência, o chefe lhe disse que “muitas mulheres iriam aparecer”.
Cohen foi um aliado próximo de Trump. Segundo o jornal “The New York Times”, ele afirmou no tribunal que o trabalho dele era fazer qualquer coisa que Trump quisesse. “A única coisa na minha cabeça era cumprir a tarefa, fazer ele feliz”, disse o advogado.
Agora, ele é a principal testemunha da promotoria na acusação contra o ex-presidente.
Em seu depoimento, ele afirmou que se encontrou com Trump e com o Publisher do “National Enquirer”, David Pecker, para usar esse jornal como um veículo de propaganda para o então candidato nas eleições de 2016. A ideia era barrar as histórias que poderiam atrapalhar a candidatura.
Em junho de 2016, um mês antes das convenções do Partido Republicano, Cohen soube pelo “National Enquirer” que uma ex-modelo da revista Playboy, Karen McDougal, estava tentando vender a história dela com Trump –os dois teriam tido uma relação de cerca de um ano.
Segundo Cohen, Trump disse: “Certifique-se de que isso não será publicado”.
Os jurados então ouviram uma gravação de um telefonema entre Cohen e Trump. O ex-presidete dos EUA afirma: “Então, quanto pagamos por isso? Cento e cinquenta?”.
Ele estava se referindo ao valor de US$ 150 mil, que deveriam pagar para reembolsar David Pecker, do “National Enquirer”. O publisher do jornal havia “comprado” o direito de publicar a história de McDougal com exclusividade, mas o propósito não era realmente publicar, mas, sim, nunca revelar a notícia e evitar que ela saísse na imprensa.
Para os promotores, esse tipo de acordo constitui uma violação das leis sobre gastos de campanha eleitoral.
Trump afirma que é inocente e que esse processo judicial é perseguição política.
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Cohen, de 57 anos, trabalhou durante quase dez anos como executivo e advogado para a empresa de Trump. Ele chegou a dizer que levaria um tiro pelo chefe e que seu trabalho era o de “resolvedor de problemas” –ele cuidava de “tudo o que Trump queria”.
Em vez de trabalhar como advogado corporativo, Cohen era diretamente subordinado a Trump, e nunca fez parte do escritório de consultoria jurídica geral da Organização Trump.
Era tarefa dele ameaçar pessoas com processos e plantar histórias positivas na imprensa, segundo seu próprio depoimento.
Trump, segundo Cohen, se comunicava principalmente por telefone ou pessoalmente –o ex-presidente nunca criou nem mesmo um endereço de e-mail. “Ele comentava que e-mails são como papéis escritos, que muitas pessoas se deram mal por terem e-mails, que os procuradores podem usar em um caso”, disse Cohen.
Cohen contou como foi chamado para trabalhar para Trump. Ele havia prestado um serviço para uma das empresas do então empresário e cobrou US$ 100 mil. Trump quis contratá-lo.
“Fiquei honrado. Fui pego de surpresa e concordei”, disse Cohen –Trump nunca pagou a conta de US$ 100 mil.
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