Manifestação em que Aysenur Ezgi Eygi estava era contrária a assentamento ilegal de colonos israelenses no território palestino. Ativista tinha 26 anos. Secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, criticou conduta das forças de segurança israelenses. A cidadã americana Aysenur Ezgi Eygi, morta em operação militar israelense na Cisjordânia, em imagem de sua formatura na Universidade de Washington, nos EUA
International Solidarity Movement/Handout via Reuters
As Forças de Defesa de Israel admitiram nesta terça-feira (10) que o tiro na cabeça que matou a ativista americana Aysenur Ezgi Eygi, de 26 anos, na Cisjordânia, “muito provavelmente” partiu de militares israelenses.
A morte aconteceu durante protestos na sexta-feira (6). Eygi era voluntária da Fazaa, iniciativa social que visa apoiar e proteger os agricultores palestinos das constantes violações cometidas por colonos israelenses ilegais e pelo Exército.
Segundo comunicado dos militares, a morte foi causada de forma “não intencional”.
O secretário dos EUA, Antony Blinken, comentou a morte da jovem. Ele disse que o assassinato foi “não provocado e injustificado” e mostrou que as forças de segurança israelenses precisavam fazer algumas mudanças fundamentais em suas regras de conduta.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Quando foi atingida, Eygi estava com moradores da cidade de Beita, que realizam protestos semanais após as orações de sexta-feira para pedir a remoção do assentamento israelense ilegal de Avitar, no pico do Monte Sbeih, que eles veem como uma violação de seus direitos à terra.
Fouad Nafaa, diretor do Hospital Rafidia, onde a mulher foi atendida, falou à agência de notícias Anadolu:
“Tentamos reanimá-la, mas ela não resistiu aos ferimentos”.
Operações de Israel na Cisjodânia
Exército de Israel faz série de ataques na Cisjordânia
Reprodução/TV Globo
Em 28 de agosto, Israel começou a ofensiva maciça no norte da Cisjordânia, enfrentando combatentes palestinos e causando grande destruição. O Ministério da Saúde do território relatou que Israel matou mais de 30 palestinos durante essa operação, incluindo crianças e combatentes.
Ao menos seis palestinos foram mortos e outros três ficaram feridos durante uma série de bombardeios aéreos em Tubas, na Cisjordânia, nesta quinta-feira (5). A informação foi confirmada pelo Ministério da Saúde da Palestina e o Crescente Vermelho, organização humanitária internacional.
“Aeronaves da Força Aérea de Israel realizaram três ataques direcionados contra terroristas armados na área de Tubas, no Vale do Jordão do Norte, que representavam uma ameaça para os soldados”, disse o exército israelense em um comunicado.
A Cisjordânia é um dos dois territórios palestinos e fica entre Israel e a Jordânia. Junto com a Faixa de Gaza, é reivindicada por palestinos para a criação de um Estado independente.
Com quase o tamanho do Distrito Federal, a Cisjordânia é o maior desses dois territórios e, apesar de militarmente controlada por Israel, cerca de 86% da população local, ou 3 milhões de pessoas, são palestinos, segundo dados de 2021 da Organização das Nações Unidas (ONU).
No plano inicial da ONU de partilha da região entre judeus e palestinos, a Cisjordânia faria parte do Estado Árabe. Mas Israel tomou militarmente a Cisjordânia em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, e construiu na região residências para judeus, concentradas em assentamentos que a ONU e a maioria dos países do mundo consideram ilegais.
Leia também:
SANDRA COHEN: Mais seis reféns mortos põem Netanyahu à prova da fúria popular
EUA correm contra o tempo para apresentar nova proposta de cessar-fogo
Hamas mantém 64 reféns vivos na Faixa de Gaza, aponta levantamento
Israel admite que provavelmente matou ‘sem intenção’ ativista americana que protestava na Cisjordânia
Tags
About Author
Alex Lorel
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua veniam.
Deixe um comentário