Edmundo González se reúne com primeiro-ministro espanhol

Edmundo González se reúne com primeiro-ministro espanhol

O governo do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, no entanto, diz não levará em consideração a votação parlamentar. Em rede social, a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, comemorou: ‘Grande vitória’. Parlamentares espanhóis aplaudem resultado após confirmação da aprovação da proposta que reconhece Edmundo González como presidente eleito na Venezuela
TV DO PARLAMENTO ESPANHOL / REUTERS
Em votação nesta quarta-feira (11), o Congresso da Espanha reconheceu Edmundo González como presidente eleito da Venezuela.
A proposta, que começou a ser discutida nesta terça, quando ocorreu uma manifestação na porta do local e a filha de González leu um recado do pai, pede ao governo de Pedro Sánchez que “lidere o reconhecimento de Edmundo González nas instituições europeias e instâncias internacionais, com o objetivo de garantir que, em 10 de janeiro de 2025, ele tome posse como o novo presidente da Venezuela”.
Segundo a agência de notícia Reuters, no entanto, o primeiro-ministro espanhol não levará em consideração a votação parlamentar.
Em conformidade com a posição europeia, o governo espanhol tem exigido que sejam divulgadas as atas eleitorais das eleições nas quais a oposição denuncia fraude, mas sem reconhecer González como presidente.
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Em suas redes sociais, a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, comemorou: ‘Grande vitória’.
“O Congresso da Espanha reconhece Edmundo González como presidente eleito da Venezuela! Hoje obtivemos outra grande vitória. Seguimos em frente! Nós, venezuelanos, agradecemos a cada um dos deputados, dos diferentes partidos, que votaram a favor da soberania popular, da democracia, da verdade e da liberdade.
A iniciativa, liderada pela oposição, foi aprovada com 177 votos a favor, 164 contra e 1 abstenção.
‘Não desanimem que não os decepcionarei’
Carolina, filha de Edmundo González, lendo mensagem do pai em Madri
Pierre-Philippe MARCOU / AFP
Centenas de apoiadores da oposição venezuelana se manifestaram nesta terça-feira (10) em Madri e, durante o protesto contra Nicolás Maduro, a filha do candidato opositor, Edmundo González Urrutia, que está exilado na Espanha há dois dias, leu uma mensagem do pai, pedindo que eles não desistam.
“Compatriotas, não desanimem que não os decepcionarei! A vontade do povo expressa em 28 de julho tem que ser respeitada e nós a faremos respeitar”, afirmou González na mensagem.
Protesto ocorreu em Madri enquanto Congresso espanhol debatia proposta para decretar Edmundo González como presidente eleito na Venezuela
Pierre-Philippe MARCOU / AFP
Maduro diz que negociou pessoalmente saída de González da Venezuela
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira (9) que conduziu “pessoalmente” a negociação para o candidato da oposição Edmundo González deixar o país —e se negou a revelar detalhes, sob a alegação de “segredo de estado”.
“Conduzi esse processo coletivamente com uma equipe, mas pessoalmente também. Tenho palavra para cumprir os acordos e também para guardar os segredos. Me reservo ao direito constitucional do segredo de estado”, disse Maduro em um programa da TV estatal venezuelana..
González foi o candidato de oposição nas eleições da Venezuela de 28 de julho. Ele disse ter vencido as eleições, com base numa contagem de comprovantes de urna publicado num site, com base em 80% das atas de urna da Venezuela. O candidato era investigado pelo MP pela publicação das atas eleitorais coletadas pela oposição.
Edmundo Gonzalez e Nicolás Maduro
Gabriela Oraa /AFP; Leonardo Fernandez Viloria/Reuters
Maduro foi decretado vencedor pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), mas divulgou as atas até o momento. O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que ratificou a vitória do presidente, proibiu a publicação dos documentos. Tanto o CNE quanto o TSJ são alinhados a Maduro.
González deixou a Venezuela em uma aeronave da Força Aérea espanhola, que pousou no domingo (8) na Base Aérea de Torrejón de Ardoz, nos arredores de Madri. O ex-diplomata recebeu asilo político do país europeu após ter tido a prisão decretada.
Em um comunicado, Edmundo González disse que optou refugiar-se na Espanha, onde já recebeu asilo político, para evitar “um conflito de dor e sofrimento”. Ele se disse ainda disposto ao diálogo com o governo Maduro.
No programa na TV estatal venezuelana, Maduro comparou o impasse com a oposição, encabeçada por González e por María Corina Machado, com um jogo de xadrez, e disse que “o jogo se deu em condição de igualdade”.
“Jogamos limpo e ganhamos limpo. Ganhamos no sentido da paz do país. Hoje o país está tranquilo e aplaude o que aconteceu”, disse o presidente, que foi aplaudido pelos presentes.
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Maduro responsabilizava os opositores pelas manifestações que tomaram as ruas da Venezuela após a eleição, que deixou dezenas de mortos e gerou diversas prisões. Segundo o presidente, com a ida de González à Espanha, os desejos do opositor de “paz e harmonia para o país” serão respeitados e que “a paz reinará acima de tudo”.
O presidente venezuelano também disse que “respeita” a decisão tomada por Edmundo González de deixar a Venezuela. “Todo o meu respeito pela decisão que tomou. Posso dizer ao embaixador González Urrutia, com quem tenho entrado em choque desde 29 de julho, que entendo o passo que ele deu e o respeito”, afirmou Maduro. Em tom de despedida, o governante desejou ao opositor tudo de bom “em sua nova vida”.
A viagem de González à Espanha foi feita com autorização do governo venezuelano, segundo a vice-presidente do país. A saída do candidato gerou críticas, entre a oposição, de que a saída de González pode enfraquecer o movimento— os opositores afirmam ter vencido as eleições, apesar de a Justiça eleitoral ter declarado vitória de Maduro. As atas eleitorais, espécies de boletins de urna, não foram divulgadas pelo governo.
Candidato de oposição que enfrentou Maduro nas urnas em 28 de julho, Edmundo González tinha um mandado de prisão contra ele a pedido do Ministério Público do país –alinhado ao chavismo. O pedido de prisão foi feito porque o candidato não compareceu a convocações do MP para dar depoimento em investigação do órgão contra ele –havia o temor de que ele fosse preso caso se apresentasse.
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