Mais de 30 mil funcionários da Boeing nos EUA aprovam greve

Trabalhadores rejeitaram proposta da empresa de aumento salarial de 25% em quatro anos. Empresa perdeu mais de US$ 25 bilhões nos últimos seis anos. Trabalhadores marcham em direção ao salão do sindicato para votar sobre uma proposta da Boeing, na quinta-feira (12), em Renton, Washington
Stephen Brashear/AP
Trabalhadores da Boeing nos Estados Unidos rejeitaram na quinta-feira (12) uma proposta salarial da empresa e decidiram entrar em greve, de acordo com a agência Associated Press (AP). A empresa que perdeu mais de US$ 25 bilhões nos últimos seis anos vai encarar a interrupção na produção de seus aviões mais vendidos.
O sindicado dos trabalhadores informou que a proposta de aumento salarial de 25% ao longo de quatro anos foi rejeitada por 94,6% dos 33 mil trabalhadores da empresa. Em seguida, 96% dos funcionários consultados votaram pela paralisação das atividades. Era necessário que um terço dos trabalhadores aprovassem a greve.
“Isso é sobre respeito, isso é sobre o passado e isso é sobre lutar pelo nosso futuro,” disse o diretor do sindicato Jon Holden, ao anunciar o resultado da votação.
Enquanto a greve durar, a Boeing deixará de faturar o dinheiro da entrega de novos aviões às companhias aéreas, o que será mais um desafio para o novo CEO Kelly Ortberg, que há seis semanas foi contratado para reverter a situação da empresa que ficou atrás da rival europeia Airbus.
Ortberg alertou os operários de que um voto a favor da greve colocaria a recuperação da Boeing em risco e levantaria mais dúvidas sobre a empresa aos olhos de seus clientes de companhias aéreas.
Segundo a agência, os trabalhadores estavam em clima de greve. Ortberg fez um último esforço para evitar a paralisação, dizendo aos operários na quarta-feira (11) que “ninguém ganha” com uma greve.
“Para a Boeing, não é segredo que nosso negócio está em um período difícil, em parte devido aos nossos próprios erros no passado,” afirmou. “Trabalhando juntos, sei que podemos voltar aos trilhos, mas uma greve colocaria nossa recuperação em risco”, disse o CEO.
Esta reportagem está em atualização.

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