Sete morrem em incêndios na região central de Portugal; um era brasileiro

Chamas também deixaram 40 feridos e destruíram dezenas de casas. Região no entorno de Aveiro é a mais crítica, mas, nesta terça, país tinha 48 incêndios ativos, e mais de 5.000 bombeiros tentavam controlar o fogo. País tem previsão de clima seco e calor intenso nos próximos dias. Moradores do povoado de Canas de Senhorim, perto de Viseu, no centro de Portugal, observam chamas que se aproximam das casas, em 16 de setembro de 2024.
Pedro Nunes/ Reuters
Sete pessoas, uma delas um brasileiro, morreram por conta de incêndios que atingem o entorno de Aveiro, na região central de Portugal, segundo afirmou nesta terça-feira (17) a agência de notícias estatal portuguesa Lusa.
O brasileiro que está entre as vítimas tinha 28 anos e trabalhava em uma empresa de gestão florestal, segundo o jornal português “Público”. De acordo com a publicação, a vítima, cuja identidade não havia sido revelada até a última atualização desta reportagem, foi enviado ao município de Albergaria-a-velha para recuperar maquinárias quando o fogo consumiu a área onde estava.
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Entre as vítimas estão também três bombeiros que foram engolidos por chamas quando trabalhavam em Tábua, perto de Coimbra. Os outros três mortos eram moradores da região de Aveiro.
A região onde fica o povoado, no centro de Portugal, é a mais crítica da onda de incêndios que atinge o país europeu nesta semana. No total, autoridades registraram 48 focos por todo o país, e cerca de 5.000 bombeiros tentavam conter as chamas nesta manhã.
Várias rodovidas foram fechadas nesta terça, incluindo um trecho da estrada principal que Lisboa a Porto, e conexões de trem em duas linhas ferroviárias no norte de Portugal foram interrompidas também por conta da proximidade com dois focos ativos de incêndios florestais.
Além dos quatro mortos, 40 pessoas ficaram feridas, e dezenas de casa de povoados no entorno de Aveiro foram destruídas. Imagens reigstradas pela agência de notícias Reuters mostraram moradores locais despejando baldes de água em chamas que avançavam perto da cidade de Nelas, a 50 quilômetros de Aveiro.
Imagem de satélite mostra extensa nuvem de fumaça sobre a região central de Portugal, em 16 de setembro de 2024.
Nasa Worldview via Reuters
Sol encoberto por fumaça de incêndios em Penalva do Castelo, na região central de Portugal, em 16 de setembro de 2024.
Pedro Nunes/ Reuters
Só em Aveiro, o fogo já consumiu mais de 10.000 hectares de floresta. O comandante nacional de emergência e proteção civil, André Fernandes, disse na segunda-feira à noite que esse número pode dobrar.
Apesar da intensidade das chamas, Portugal e a vizinha Espanha registraram menos incêndios do que o normal para esta época por conta de um ano chuvoso em ambos os países. No entanto, ambos estão mais vulneráveis ​​às condições cada vez mais quentes e secas que cientistas atribuem ao aquecimento global.
A previsão do tempo para os próximos dias em Portugal, de clima muito seco e de calor forte, pode também prejudicar o quadro. As temperaturas ultrapassaram 30ºC em todo o país no fim de semana, quando os incêndios começaram e foram alimentados por ventos fortes.
O perigo de incêndios permanecerá “alto, muito alto ou máximo” nas regiões norte e centro, disse a agência meteorológica IPMA.
“Precisamos ser realistas. Teremos horas difíceis nos próximos dias e temos que nos preparar para isso”, disse o primeiro-ministro português, Luis Montenegro.
O governo solicitou na segunda-feira ajuda da Comissão Europeia sob o mecanismo de proteção civil da União Europeia, levando Espanha, Itália e Grécia a enviarem duas aeronaves de bombardeio de água cada.
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