Objetivo era dinheiro, diz ex-chefe de operações de submarino que implodiu a caminho do Titanic

Objetivo era dinheiro, diz ex-chefe de operações de submarino que implodiu a caminho do Titanic

Em segundo dia de audiências públicas sobre a implosão do Titan, no ano passado, ex-diretor de operações afirmou também que ‘havia pouca ciência’ na OceanGate, empresa que criou submarino. Na segunda, Guarda Costeira dos EUA exibiu pela 1ª vez imagens de destroços encontrados a 3.350 metros de profundidade e um vídeo que recriou o acidente. Animação mostra expedição do Titan e troca de mensagens entre submarino e a OceanGate
O ex-chefe de operações do Titan, submarino que implodiu no ano passado no fundo do mar em uma expedição para ver os restos do Titanic, disse nesta terça-feira (17) que a empresa criadora do submarino tinha como principal objetivo “o dinheiro” e que havia “pouca ciência” ao redor do projeto.
A OceanGate, empresa que desenvolveu o Titan, se definia como uma companhia de exploração de oceanos com fins científicos.
“A ideia por trás da empresa era ganhar dinheiro”, disse o ex-diretor de operações da OceanGate David Lochridge nesta terça durante a segunda sessão das audiências públicas que a Guarda Costeira dos EUA, responsável pelas investigação do acaso. “Havia muito pouco em termos de ciência.”
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
O depoimento Lochridge, que ficou à frente do projeto de criação do Titan durante muito tempo, era um dos mais agurdados na semana de audiências. Lochridge disse também que a ideia inicial da OceanGate era treinar pessoas para pilotarem o submarino em apenas um dia.
O ex-chefe de operações afirmou ainda que era “difícil de trabalhar” com o CEO da OceanGate, Stockton Rush. Rush foi uma das cinco vítimas da implosão do Titan. Ele pilotava o submarino.
A semana de audiências públicas é uma das etapas finais da investigação sobre a implosão do Titan, que chocou o mundo em junho de 2023. O inquérito da Guarda Costeira dos Estados Unidos sobre a implosão ainda não foi concluído.
Vídeo e primeira imagem
O primeiro dia de audiências públicas sobre o caso foi marcado pela divulgação de novas imagens do caso.
Uma animação feita pela Guarda Costeira reconstituiu a expedição em que o submarino Titan implodiu, em junho de 2023.
Também no primeiro dia de audiência, uma imagem inédita dos destroços do Titan foi revelada. O submarino não resistiu à pressão da água e implodiu a cerca de 3.350 metros de profundidade, segundo a investigação. Todos os cinco passageiros morreram.
As audiências sobre a implosão do submarino Titan têm previsão para durar até o fim da próxima semana e fazem parte de uma investigação da Guarda Costeira americana. Após a semana de audiências, o órgão enviará um relatório com a conclusão das investigações e uma série de recomendações ao governo dos EUA.
O submarino Titan, que pertencia à empresa OceanGate, desapareceu no dia 18 de junho de 2023 em meio a uma expedição aos destroços do navio Titanic. Havia cinco pessoas no veículo, o então diretor-executivo da OceanGate, Richard Stockton Rush III, um copiloto e três bilionários.
Leia também:
Guarda Costeira dos EUA divulga última mensagem enviada pelo submarino que implodiu a caminho do Titanic; veja
Ex-diretor da OceanGate diz que foi pressionado a liberar submarino Titan a operar e que se negou a pilotá-lo
O que é uma ‘implosão’; relembre o que aconteceu com o submarino Titan
Carcaça do submarino Titan encontrada durante investigação sobre implosão. Imagem foi revelada em 16 de setembro de 2024.
Guarda Costeira da Marinha dos EUA
Última troca de mensagens
“Está tudo bem aqui”.
Esta foi uma das últimas frases enviada pelos tripulantes do submarino Titan, que implodiu durante uma expedição no fundo do mar para visitar os restos do Titanic, no ano passado, segundo revelou nesta segunda-feira (16) a Guarda Costeira dos Estados Unidos.
Responsável pela principal investigação do caso, até hoje não concluída, a Guarda Costeira abriu nesta segunda uma semana de audiências públicas para revelar detalhes do que já foi descoberto. Durante a sessão desta segunda, autoridades da instituição revelaram que o Titan nunca foi revisado por técnicos de fora da empresa que criou o submarino, a OceanGate.
A Guarda Costeira afirmou também que, antes de submergir na expedição que terminou em sua implosão, o Titan foi “exposto a condições climáticas e outros elementos” por meses, durante seu armazenamento, o que pode ter deteriorado seu casco.
As últimas palavras reveladas na audiência foram enviadas pelo comandante do Titan por meio de um sistema de comunicação do entre o submarino e o centro de comando, em um navio em alto-mar. Logo após o envio, as comunicações com o submarino foram perdidas, disse também a Guarda Costeira nesta segunda.
Dias depois, as equipes de buscas encontraram destroços do Titan a 3.600 metros abaixo da superfície e afirmaram que o submarino havia implodido. A bordo, estavam cinco pessoas, entre o presidente da OceanGate, bilionários e um pesquisador.
Submersível Titan, em foto sem data
OceanGate Expeditions/Divulgação via REUTERS
Até hoje, ainda há dúvidas sobre se os tripulantes tomaram conhecimento de que havia algo de errado ou não no submarino. Durante os trabalhos de buscas, sondas registraram ruídos repetidos que as equipes suspeitaram que poderiam ser batidas de dentro do Titan com pedido de ajuda.
Essa hipótese, no entanto, nunca foi comprovada, e investigadores afirmaram que o mais provável é que as falhas não tenham sido notadas antes da implosão.
“Não há palavras para aliviar a perda sofrida pelas famílias impactadas por este trágico incidente, mas esperamos que esta audiência ajude a lançar luz sobre a causa da tragédia e evitar que algo assim aconteça novamente”, disse o diretor de investigações da Guarda Costeira dos EUA, Jason Neubauer, que liderou a audiência.
Submarino Titan: som pode reabrir debate sobre causa da implosão com bilionários no oceano

Tags

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *