Fatima Cheaitou, que tem quase 70 mil seguidores em rede social onde mostra um pouco da cultura muçulmana, postou vídeo em que foge com a família do sul do país, onde os ataques começaram nesta segunda-feira (23). Fatima Cheaitou, brasileira que tenta deixar o Líbano
Instagram/Reprodução
Milhares de libaneses estão fugindo do sul do país desde que os ataques de Israel à região se intensificaram nesta segunda-feira (23) e a brasileira Fatima Cheaitou é uma das pessoas que, em pânico, vêm buscando uma área segura para se proteger com a família.
Fatima, que se descreve como brasileira-libanesa e tem quase 70 mil seguidores no Instagram e 124 mil no YouTube, em perfis onde mostra um pouco da cultura muçulmana, gravou um vídeo enquanto enfrentava os longos congestionamentos na estrada a caminho da capital, Beirute, nesta segunda, e pediu ajuda.
“Hoje acordamos com muitas, muitas bombas. A gente está fugindo. Bombardearam perto da minha casa, da casa dos meus avós. Então, quem puder marcar, fazer pressão no Instagram do governo para eles fazerem alguma coisa… Sei lá. Por favor”, postou, marcando os perfis do presidente Lula e do Itamaraty.
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Após receber muitas mensagens preocupadas, Fatima contou que chegou em segurança a Beirute após 10 horas de deslocamento – o normal seriam 2 horas -, pediu orações e agradeceu pelos compartilhamentos.
Com voos sendo cancelados em toda região, ela diz que ainda não sabe como ela e os parentes vão conseguir deixar o país e vir para o Brasil: “Estamos vendo como trazer o resto da família para Beirute também e como conseguiremos sair do Líbano já que todos os voos estão sendo cancelados”.
Na manha desta terça-feira (24), ela também mandou uma mensagem ao programa “Encontro com Patrícia Poeta” e falou:
“Foi desesperador ter que vivenciar isso, ter que sair de casa fugindo realmente, e ver que eles tinham bombardeado bem perto da nossa casa. Depois que a gente saiu, a casa dos nossos vizinhos foi bombardeada. E a quantidade de gente que a gente conhece que morreu ou que está ferida… Realmente está sendo muito triste, avassalador. A gente não está tendo tempo de processar o que está acontecendo”.
Nesta terça, o governo brasileiro anunciou que começou a reunir dados de brasileiros e parentes de primeiro grau que estão no Líbano, seja como turistas ou como residentes, e desejam receber “apoio do governo”.
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A troca de ataques entre Israel e o Hezbollah continua nesta terça-feira (24) e, nas redes sociais, vários vídeos mostram a destruição causada pela ofensiva israelense, que já deixou mais de 550 mortos e 1,8 mil feridos, de acordo com o governo libanês.
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As imagens, feitas pela população, no sul do Líbano e também na capital, Beirute – que foi alvo de bombardeios nesta terça – mostram edifícios, carros e ruas que foram atingidos por mísseis cobertos de escombros e fumaça, além de resgates de moradores que ficaram presos nos escombros.
Segundo o Ministério da Saúde do Líbano, no ataque aos subúrbios da capital libanesa nesta terça, seis pessoas morreram e 15 ficaram feridas.
Em comunicado no Telegram, nesta quarta, as Forças de Defesa de Israel disseram que mais de 2 mil foguetes foram lançados contra o território libanês e que os ataques aéreos continuam:
“No último dia, os esquadrões de caças da Força Aérea Israelense conduziram centenas de missões operacionais para remover ameaças a civis israelenses e degradar a infraestrutura e as capacidades terroristas do Hezbollah no Líbano. Aproximadamente 2.000 munições foram usadas em ataques a aproximadamente 1.500 alvos de infraestrutura terrorista no sul do Líbano e bem no interior do território libanês. Os caças da IAF continuam suas atividades”.
Prédio destruído na região sul de Beirute
Telegram/Reprodução
Israel X Hezbollah
Após o Líbano viver seu dia mais sangrento desde 2006, com mais de 500 mortos registrados, o grupo extremista libanês já disparou cerca de 90 mísseis contra o norte de Israel desde o começo da madrugada, segundo informações do site de notícias israelense Ynet.
Apesar de Israel ter conseguido interceptar alguns dos foguetes, outros causaram estragos. A câmera de um carro registrou quando um deles atingiu a beira de uma estrada onde israelenses trafegavam normalmente.
“Não houve alarmes ou avisos. Foi tudo repentino. Vi pessoas fugindo, todos estavam em choque e não sabiam o que fazer”, contou o motorista, Omri Abu-Rish, ao Ynet.
Míssil explode na beira de estrada em Israel
Telegram/Reprodução
Com o aumento dos ataques, sirenes foram disparadas na Alta Galileia e nos vales.
O comando da Frente Interna israelense está orientando os motoristas a parar o veículo caso ouça um alarme, desligar o motor e, se for possível, chegar a um abrigo. Caso não consiga, deitar no chão e proteger a cabeça com as mãos por 10 minutos.
No Telegram, as Forças de Defesa de Israel disseram que a maioria dos mísseis lançados pelo Hezbollah foram interceptados, mas que o grupo disparou aproximadamente 50 entre 9h42 e 9h44:
“A maioria dos projéteis foi interceptada e vários que caíram foram identificados. Danos foram causados a edifícios na área. Os serviços israelenses de incêndio e resgate estão atualmente operando para extinguir incêndios causados pelos ataques. Nenhum ferimento foi relatado”.
Através do aplicativo de mensagens, o Hezbollah confirmou os ataques e disse que a colônia Kiryat Shmona, o campo de Eliakim e os armazéns logísticos da 146ª divisão na base de Naftali foram os alvos da salva de foguetes.
Israel também atacou dezenas de alvos do grupo extremista Hezbollah na madrugada desta terça, na região sul do Líbano, de acordo com as FDI.
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O ataque de Israel levou o Aeroporto Internacional Rafic Hariri a cancelar mais de 30 voos de e para Beirute nesta terça: 15 voos de saída e 29 voos de chegada, de várias companhias aéreas.
Nesta segunda-feira (23), 492 pessoas morreram e 1.645 ficaram feridas no Líbano, segundo o Ministério da Saúde do país. Nesta terça, o órgão atualizou o número para 558 mortos na soma dos dois dias. Segundo ministro libanês Firass Abiad, os mortos incluem 50 crianças e 94 mulheres. Outras 1.835 pessoas estão feridas.
“Quatro paramédicos morreram ontem quando ambulâncias e clínicas foram atingidas por Israel. Nesta manhã, atingiram o Hospital Bint Jbail”, diz Abiad.
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Alex Lorel
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