Brasileiros no Líbano: saiba como Itamaraty presta assistência em meio a conflitos na região

Ao todo, 21 mil brasileiros vivem no Líbano, e governo enviou alerta com orientações; repatriação é discutida, mas não há decisão. Tensão na região aumentou com conflito entre Israel e Hezbollah. Bombardeio de Israel no Líbano
Karamallah Daher/Reuters
O Ministério das Relações Exteriores e a Embaixada do Brasil em Beirute passaram a adotar uma série de novas medidas, nos últimos dias, para prestar assistência aos brasileiros no Líbano.
O país no Mediterrâneo vive uma escalada de tensões com os ataques de Israel a alvos do grupo extremista Hezbollah, que ocupa territórios no sul do Líbano. Os bombardeios mataram líderes do grupo, mas também civis que moram na região.
Ao todo, segundo os dados mais atualizados da Comunidade Brasileira no Exterior, do Itamaraty, 21 mil brasileiros vivem no Líbano.
É o país com maior número de brasileiros no Oriente Médio, à frente de Israel (14 mil), Emirados Árabes Unidos (9,6 mil), Palestina (6 mil) e Jordânia (3 mil), por exemplo.
No Líbano, cabe à embaixada em Beirute (capital do país) prestar todo o serviço consular – isto é, não há consulados em outras cidades no país. E, diante da escalada do conflito entre Israel e Hezbollah, a embaixada adotou algumas medidas, entre as quais:
divulgar um alerta consular com orientações aos brasileiros para que, por exemplo, deixem o Líbano por meios próprios, evitem manifestações e evitem se deslocar para o sul do país;
disponibilizar um formulário para que os brasileiros que precisarem de algum tipo de ajuda deem suas informações (nome completo, número do passaporte e se tem dupla nacionalidade, por exemplo);
oferece ajudar para localizar os brasileiros que estão no Líbano;
quando acionada, orientar os brasileiros no Líbano sobre como acessar os serviços públicos locais.
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Repatriação
Diplomatas ouvidos pela GloboNews informaram que, ainda que haja a decisão de repatriar cidadãos no Líbano, as conversas devem passar, necessariamente, pelo Palácio do Planalto e pelo Ministério da Defesa, ao qual a Força Aérea Brasileira (FAB) é subordinada.
De acordo com esses diplomatas, as conversas internas para uma eventual operação já começaram, mas ainda não há definição, embora a avaliação seja a de que o cenário no Líbano possa se deteriorar “rapidamente” e, assim, fazer com que o governo tome uma decisão em breve.
“Naturalmente, [a repatriação] é algo que está sendo estudado como possibilidade, mas isso desde que a temperatura subiu por lá nos últimos meses. Essa possível guerra Israel-Hezbollah é algo que os analistas dizem que poderia acontecer faz muito tempo”, disse um diplomata que pediu para não ser identificado.
“Mas não é uma decisão do MRE [Ministério das Relações Exteriores]. Depois de tudo o que foi feito para a repatriação de brasileiros em Israel e na Palestina, a possibilidade naturalmente existe para o Líbano também”, acrescentou.
Também em condição de anonimato, um integrante da FAB informou que as conversas sobre a eventual repatriação começaram no início deste mês, mas ainda não há neste momento uma definição se haverá de fato, uma operação.
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Quem é o embaixador no Líbano?
O atual embaixador do Brasil no Líbano é o diplomata de carreira Tarcísio Costa. Formado pelo Instituto Rio Branco em 1986 e doutor em Teoria Política pela Universidade de Cambridge, teve a indicação aprovada pelo Senado em novembro de 2022 por 41 votos a 2, após ter passado por sabatina na Comissão de Relações Exteriores.
No Brasil, o embaixador atuou na assessoria diplomática do então presidente Fernando Henrique Cardoso (1999-2002), chefiou o Departamento da América do Sul do Itamaraty (2016-2018) e também passou pela assessoria de imprensa do ministério (2018).
Já no exterior, atuou em representações diplomáticas do Brasil no Reino Unido, na Espanha e na Itália, além de ter sido o cônsul-geral do Brasil em São Francisco (EUA) em Londres.

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