Liderado por Herbert Kickl, o Partido da Liberdade da Áustria (FPO) garantiu 29,1% dos votos. Se confirmada, esta será a primeira vez que a extrema direita deve formar uma coalizão para governar desde a Segunda Guerra Mundial. Herbert Kickl, líder do Partido da Liberdade da Áustria (FPO), acena para apoiadores.
AP Photo/Heinz-Peter Bader
Projeções apontam vitória do Partido da Liberdade da Áustria (FPO), de extrema direita, na eleição geral que aconteceu neste domingo (29) no país. Se confirmada, esta será a primeira vez que a extrema direita deve formar uma coalizão para governar desde a Segunda Guerra Mundial.
Liderado por Herbert Kickl, o FPO garantiu 29,1% dos votos, de acordo com a projeção feita para a emissora ORF. O Partido Popular Austríaco (OVP), do chanceler Karl Nehammer, ficou com 26,2% e os social-democratas de centro-esquerda com 20,4%.
A projeção foi feita logo após o fechamento das urnas na Áustria, às 17h, horário local (12h, horário de Brasília).
O chanceler austríaco Karl Nehammer admitiu que seu o Partido Popular falhou em diminuir a diferença para o Partido da Liberdade (FPO) de extrema direita na eleição parlamentar, depois que a projeções apontaram vitória do FPO.
Ainda que o resultado se confirme, Kickl vai precisar de um parceiro de coalizão para comandar a maioria no parlamento, o que não será uma tarefa fácil.
Ele afirmou à emissora nacional ORF neste domingo que está disposto a manter conversas com todos os partidos sobre a composição de um novo governo. Kickl ainda afirmou que outros partidos deveriam rever sua recusa em formar uma coalização com ele.
Ex-ministro do interior e líder do Partido da Liberdade desde 2021, Herbert Kickl é uma figura polarizadora, que gera problemas até dentro do próprio partido. O possível novo chanceler não deu nenhum indicativo que poderia se afastar para garantir que o Liberdade liderasse o governo.
Extrema direita na Áustria
Uma vitória do FPO tornaria a Áustria o mais recente país da União Europeia a registrar crescente apoio da extrema direita após conquistas na Holanda, França e Alemanha.
O Partido da Liberdade da Áustria critica o islamismo e tem como forte discurso a anti-imigração. Uma das principais propostas do partido é parar completamente de conceder asilo e construir uma “fortaleza Áustria”, impedindo a entrada de imigrantes.
O FPO foi inicialmente liberado por um ex-legilador nazista na década de 1950.
O partido venceu uma votação nacional pela primeira vez em junho, quando derrotou o Partido Popular Austríaco (OVP) nas eleições europeias.
O OVP, assim como o FPO, defende regras mais duras para a imigração e cortes de impostos e é o único partido disposto a formar uma coalização com o partido de extrema direita. No entanto, Karl Nehammer, atual chanceler e líder do Partido Popular, já afirmou que seu partido não se juntará a um governo com Kickl.
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Eleições na Áustria
Os austríacos votaram neste domingo para escolher um novo Parlamento, com o Partido da Liberdade (FPO), de extrema direita, buscando garantir sua primeira vitória nas eleições gerais.
Um triunfo da extrema direita pode levar a uma disputa dentro da União Europeia sobre a guerra na Ucrânia.
O FPO liderou as pesquisas de opinião durante meses, mas sua vantagem sobre o Partido Popular Austríaco (OVP), agremiação conservadora e atualmente no poder, do chanceler Karl Nehammer, quase evaporou em uma campanha dominada pelas preocupações dos eleitores com a economia e a imigração.
Karl Nehammer, atual chanceler da Áustria e líder do Partido Popular Austríaco (OVP), sorri saindo de um local de votação neste domingo (29).
AP Photo/Heinz-Peter Bader
Estimativa baseada em pesquisas tardias, inclusive no dia da eleição, publicada pela emissora oe24, previa que o FPO venceria com 26% a 28% dos votos, com o OVP com 24% a 26%.
Quem vencer não terá maioria absoluta, segundo as pesquisas, mas reivindicará o direito de liderar um governo de coalizão.
“O que está em jogo é se a FPO indicará o chanceler ou não”, disse Kathrin Stainer-Haemmerle, professora de ciências políticas da Universidade de Ciências Aplicadas da Caríntia.
“Se isso acontecer, devo dizer que o papel da Áustria na União Europeia será significativamente diferente. Kickl sempre disse que Viktor Orban [primeiro-ministro húngaro] é um modelo para ele e que ele o apoiará”.
Nehammer se apresenta como um estadista e descreve o rival, o líder da FPO, Herbert Kickl, como uma ameaça tóxica. Kickl se apresenta como um defensor da neutralidade austríaca que limpará o país após anos de fracassos do establishment.
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Alex Lorel
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