‘Não entre em confronto com o Irã’, diz presidente iraniano após ataque de mísseis a Israel

‘Não entre em confronto com o Irã’, diz presidente iraniano após ataque de mísseis a Israel

O Irã disparou cerca de 200 mísseis contra Israel nesta terça-feira (1º), em ataque que representa apenas parte das capacidades do país, segundo Masoud Pezeshkian. O bombardeio é uma resposta à morte de Hassan Nasrallah, número 1 do Hezbollah, segundo os iranianos. Masoud Pezeshkian, presidente do Irã.
Majid Asgaripour/WANA via Reuters
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou que o ataque de cerca de 200 mísseis realizado contra Israel nesta terça-feira (1º) representa somente parte da capacidade ofensiva do Irã, e fez um aviso: “Não entrem em confronto com o Irã”.
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O governo do Irã afirmou também que o ataque foi uma retaliação ao assassinato dos chefes do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e do Hamas, Ismail Haniyeh, e à invasão do Exército israelense ao Líbano, na segunda-feira (31). Teerã disse que vai retaliar qualquer novo ataque israelense.
A maior parte dos mísseis lançados nesta terça atingiu Tel Aviv, onde uma série de explosões foi registrada. A população teve de se abrigar em bunkers e abrigos por mais de uma hora, e o espaço aéreo chegou a ficar totalmente fechado, mas foi reaberto após o ataque. (Leia mais sobre o bombardeio abaixo)
O governo de Israel prometeu uma resposta ao ataque iraniano. O porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, disse que o ataque foi “sério” e que “haverá consequências”. Segundo o órgão, a força aérea de Israel vai continuar realizando “ataques poderosos” em todo o Oriente Médio na noite desta terça.
A ofensiva foi a primeira resposta do Irã desde a escalada nos conflitos entre Israel e o Hezbollah — o grupo extremista, embora atue no Líbano, é financiado pelo regime iraniano. Também nesta terça, tropas israelenses travaram o primeiro confronto com combatentes do grupo extremista em meio a uma incursão no território libanês.
O Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, afirmou que o país fez uma ação coordenada para auxiliar as forças de defesa de Israel. O departamento de Estado dos EUA reafirmou o direito de Israel se defender e disse que coordenará resposta ao ataque junto com os israelenses.
Antes do ataque, os Estados Unidos alertaram o Irã para “severas consequências”. Segundo o Pentágono, o ataque de mísseis desta terça foi cerca de “o dobro da dimensão” do ataque iraniano a Israel em abril.
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Mísseis em Tel Aviv
Reuters
Ataque de mísseis
Em apenas 12 minutos, os mísseis iranianos lançados contra Israel atravessaram os céus de pelo menos dois outros países do Oriente Médio e chegaram em território israelense por volta das 18h30 no horário local (13h30 pelo horário de Brasília).
Imagens de Tel Aviv mostraram dezenas de mísseis cruzando o céu de Tel Aviv e de Jerusalém.
Cerca de 20 minutos após uma primeira onda de mísseis, uma segunda leva de artefatos foi lançada, segundo a agência estatal iraniana. Parte dos mísseis foi abatida pelo Domo de Ferro, um dos poderosos sistemas antimísseis israelenses.
A imprensa iraniana afirmou que a Universidade de Tel Aviv foi atingida.
A agência de notícias estatal iraniana Irna afirmou que alguns mísseis atingiram também atingiram locais controlados por Israel na Cisjordânia. Além de Israel, Jordânia e Iraque também fecharam seus espaços aéreos, posteriormente reabertos.
Teerã disse ainda que, após o envio de mísseis, o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei — autoridade máxima do Irã — foi colocado em um local protegido e a salvo.
Após a ofensiva iraniana, o presidente dos EUA, Joe Biden, ordenou que os militares dos Estados Unidos ajudem na defesa de Israel, disse o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
O Irã e Israel são os principais rivais no Oriente Médio, e a tensão entre os dois países aumentou após o início da guerra na Faixa de Gaza — o Hamas, assim como o Hezbollah, é financiado pelo regime iraniano.
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Histórico do conflito
Veja onde fica o Líbano
Arte/g1
Nos últimos meses, Israel e Hezbollah viveram um aumento nas tensões. Um comandante do grupo extremista foi morto em um ataque israelense no Líbano, em julho. No mês seguinte, o grupo preparou uma resposta em larga escala contra Israel, que acabou sendo repelida.
Mais recentemente, líderes israelenses emitiram uma série de avisos sobre o aumento de operações contra o Hezbollah. O gatilho para uma virada no conflito veio após os seguintes pontos:
Nos dias 17 e 18 de setembro, centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram em uma ação militar coordenada.
A imprensa norte-americana afirmou que os Estados Unidos foram avisados por Israel de que uma operação do tipo seria realizada. Entretanto, o governo israelense não assumiu a autoria.
Após as explosões, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que estava começando “uma nova fase na guerra”.
Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que levará de volta para casa os moradores do norte do país, na região de fronteira, que precisaram deixar a área por causa dos bombardeios do Hezbollah.
Segundo o governo, esse retorno de moradores ao norte do país só seria possível por meio de uma ação militar.
Em 23 de setembro, Israel bombardeou diversas áreas do Líbano. Cerca de 500 pessoas morreram e centenas ficaram feridas. O dia foi o mais sangrento desde a guerra de 2006.
Em 27 de setembro, Israel matou o chefe do Hezbollah por meio de um bombardeio em Beirute.
Em 31 de outubro, as Forças de Defesa de Israel anunciaram que militares estavam se preparando para uma possível operação terrestre no Líbano. Bombardeios aéreos executados pelos israelenses seriam indícios de uma preparação de terreno.

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