Em meio a ataques de Israel, países montam operações de retirada de estrangeiros do Líbano; Brasil tenta voo nesta sexta, mas avalia riscos

Explosões próximas ao aeroporto de Beirute levantaram dúvidas sobre a segurança de pousos e decolagens. Países planejam ações aéreas e marítimas para retirada de cidadãos. Avião pousa em aeroporto de Beirute instantes antes de série de explosões
Diante dos ataques de Israel, diversos países estão montando operações aéreas ou marítimas para retirar cidadãos que estão no Líbano. O Brasil, por exemplo, planeja pousar um voo da FAB em Beirute nesta sexta-feira (4). No entanto, o governo ainda avalia os riscos.
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Mais cedo, explosões foram registradas nos arredores do aeroporto de Beirute. O governo do Líbano responsabilizou Israel pelo bombardeio. Ataques também aconteceram nos subúrbios da capital libanesa.
Segundo a agência Axios, o alvo do ataque seria Hashem Safi al-Din, considerado sucessor de Hassan Nasrallah como chefe do Hezbollah. Ainda não se sabe se ele foi atingido pelas explosões. Já Nasrallah foi morto no dia 27 de setembro.
A operação próxima ao aeroporto levantou dúvidas sobre a segurança da área para a realização de pousos e decolagens em Beirute. Durante o ataque de sexta-feira, um avião comercial pousou pouco antes das explosões.
Em entrevista antes do ataque, o chanceler Mauro Vieira afirmou que a retirada de brasileiros poderia ser adiada, “se houver algum episódio que não permita a aterrissagem”. Até a publicação desta reportagem, o Itamaraty e a FAB não comentaram possíveis mudanças na operação.
O Brasil planeja enviar para o Líbano uma aeronave KC-30, que deve repatriar 220 brasileiros. O avião está posicionado em Lisboa e aguarda as tratativas internacionais para viajar até Beirute.
Outros países estão adotando estratégias semelhantes ou, até mesmo, já iniciaram operações de retirada de cidadãos do Líbano. Veja alguns exemplos a seguir:
Austrália: reservou assentos em voos comerciais. Avalia fazer uma operação marítima com barcos do Líbano até o Chipre, onde dois aviões militares australianos estão posicionados.
Colômbia: retirou mais de 100 cidadãos na quinta-feira (3), por meio de um voo.
Espanha: retirou cerca de 200 pessoas na quinta-feira e planeja novos voos.
Estados Unidos: pediu para que companhias aéreas façam mais voos saindo do Líbano, com prioridade para embarque de americanos.
França: elaborou um plano de contingência, mas ainda não emitiu uma ordem de evacuação.
Reino Unido: fretou voos para dar suporte aos cidadãos britânicos no país. Na quarta-feira (2), 150 pessoas deixaram o Líbano.
Rússia: retirou cerca de 60 pessoas em um avião especial com familiares de diplomatas russos. Cerca de 3 mil cidadãos ainda querem deixar o Líbano.
Turquia: retirou mais de 300 cidadãos por meio de um barco, que viajou até Tripoli.
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Entenda o conflito
Bombardeios de Israel no subúrbio de Beirute, Líbano
AFP
Israel disse que está fazendo uma operação militar contra o grupo extremista Hezbollah. Embora tenha atuação política no Líbano, a organização possui um braço armado com forte influência no país. Além disso, o Hezbollah é apoiado pelo Irã e é aliado dos terroristas do Hamas.
Os extremistas têm bombardeado o norte de Israel desde outubro de 2023, em solidariedade aos terroristas do Hamas e às vítimas da guerra na Faixa de Gaza.
Nos últimos meses, Israel e Hezbollah viveram um aumento nas tensões. Um comandante do grupo extremista foi morto em um ataque israelense no Líbano, em julho. No mês seguinte, o grupo preparou uma resposta em larga escala contra Israel, que acabou sendo repelida.
Mais recentemente, líderes israelenses emitiram uma série de avisos sobre o aumento de operações contra o Hezbollah. O gatilho para uma virada no conflito veio após os seguintes pontos:
Nos dias 17 e 18 de setembro, centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram em uma ação militar coordenada.
A imprensa norte-americana afirmou que os Estados Unidos foram avisados por Israel de que uma operação do tipo seria realizada. Entretanto, o governo israelense não assumiu a autoria.
Após as explosões, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que estava começando “uma nova fase na guerra”.
Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que levará de volta para casa os moradores do norte do país, na região de fronteira, que precisaram deixar a área por causa dos bombardeios do Hezbollah.
Segundo o governo, esse retorno de moradores ao norte do país só seria possível por meio de uma ação militar.
Em 23 de setembro, Israel bombardeou diversas áreas do Líbano. O dia foi o mais sangrento desde a guerra de 2006.
Em 27 de setembro, Israel matou o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, por meio de um bombardeio em Beirute.
Israel lançou uma operação terrestre no Líbano “limitada e precisa” contra alvos do Hezbollah, no dia 30 de setembro.
Em 1º de outubro, o Irã atacou Israel como resposta à morte de Nasrallah e outros aliados do governo iraniano.
Em duas semanas, ataques israelenses em todo o território libanês provocaram 1,9 mil mortes. Somente nesta quinta-feira, 37 pessoas foram mortas e 151 se feriram em ataques, de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano.
Veja onde fica o Líbano
Arte/g1
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