Alvo do ataque era membro sênior do Hezbollah, segundo fontes de segurança ouvidas pela agência Reuters. O bairro bombardeado por Israel nesta quinta (10) foi atingido pela primeira vez. Fumaça e chamas em bairro central de Beirute, no Líbano, após bombardeio israelense em 10 de outubro de 2024.
REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
Bombardeios israelenses em duas áreas diferentes no centro de Beirute, capital do Líbano, nesta quinta-feira (10) mataram 18 pessoas e deixaram ao menos 92 feridos, segundo o Ministério da Saúde libanês. O ataque teve como alvo pelo menos um membro sênior do Hezbollah, de acordo com fontes de segurança ouvidas pela agência Reuters.
Um grande incêndio ardia nos locais atingidos enquanto equipes de resgate usavam lanternas manuais para procurar sobreviventes nos escombros, de acordo com vídeos transmitidos pela televisão al-Manar do Hezbollah.
Ainda não se sabe quem eram os membros do Hezbollah que eram alvos de Israel. O bairro não havia sido atingido anteriormente por Israel e fica distante dos subúrbios do sul de Beirute, local onde fica a sede do Hezbollah e que o Exército israelense bombardeia diariamente desde o início da escalada do conflito contra o grupo extremista.
Israel ainda não confirmou o ataque aéreo no centro de Beirute, mas o Exército israelense emitiu um novo aviso de evacuação na noite de quinta-feira para o sul da cidade, incluindo prédios específicos. Mais cedo, Israel havia alertado os civis libaneses para não retornarem às suas casas no sul, a fim de evitar danos decorrentes dos combates.
Mais cedo, a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil, em inglês) informou que dois de seus soldados da paz ficaram feridos quando um tanque israelense disparou contra uma torre de vigilância na sede principal da força em Ras al-Naqoura, atingindo a torre e causando a queda dos soldados. Não houve vítimas em outros dois incidentes, disse uma fonte da ONU. A ONU condenou o ataque israelense à sede da Unifil.
“Qualquer ataque deliberado contra forças de paz é uma grave violação do direito humanitário internacional”, disse a Unifil em um comunicado, acrescentando que estava em contato com o exército israelense.
O exército israelense declarou que suas tropas operaram na área de Naqoura, “próximo a uma base da Unifil”. Segundo o comunicado, o IDF instruiu as forças da ONU na área a permanecerem em espaços protegidos, e depois disso as tropas abriram fogo na região. Israel afirmou ainda que mantém comunicação rotineira com a Unifil.
O Hezbollah afirmou que havia disparado uma salva de mísseis contra as forças israelenses na quinta-feira, enquanto estas tentavam retirar vítimas da área de Ras al-Naqoura, e que os soldados foram atingidos diretamente.
Em Nova York, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, disse que Israel estava focado em combater o Hezbollah e recomendou que “a Unifil se desloque 5 km ao norte para evitar o perigo, à medida que os combates se intensificam”. A Reuters informou na semana passada que o exército israelense havia enviado uma mensagem pedindo que as forças de paz da ONU se preparassem para se mover “o mais rápido possível, para garantir sua segurança”.
Danon acrescentou que “Israel não deseja estar no Líbano, mas fará o que for necessário” para afastar o Hezbollah de sua fronteira norte, de modo que 70 mil residentes deslocados possam retornar às suas casas no norte de Israel.
O conflito começou há um ano, quando o Hezbollah abriu fogo em apoio ao grupo militante palestino Hamas no início da guerra em Gaza. Ele se intensificou dramaticamente nas últimas semanas, com Israel bombardeando os subúrbios do sul de Beirute, o sul do Líbano e o Vale do Bekaa, antes de enviar forças terrestres.
O Oriente Médio permanece em alerta máximo para uma nova escalada na região, aguardando a resposta de Israel a um ataque com mísseis iranianos em 1º de outubro.
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Alex Lorel
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