Ganhar o estado dividido é crucial para Trump e Kamala, que investem mais tempo e dinheiro ali em busca dos indecisos, a 21 dias das eleições. Kamala Harris faz comício no estado da Pensilvânia, em 14 de outubro de 2024.
Jacquelyn Martin/ AP
Dos sete estados considerados decisivos na escolha do próximo presidente americano, a Pensilvânia é o que requer mais dedicação dos candidatos nesta campanha. Não é à toa que Donald Trump e Kamala Harris fazem paradas periódicas por lá, onde, além de tempo, já investiram US$ 350 milhões em anúncios.
Nenhum dos dois pode se arriscar a perder na Pensilvânia, que detém o maior número de votos eleitorais entre os estados-pêndulos. Quem conseguir seus 19 votos eleitorais, terá assegurado o caminho aos 270 necessários no Colégio Eleitoral para ser o próximo presidente dos EUA. Dos 12 últimos inquilinos da Casa Branca, dez foram escolhidos pela Pensilvânia.
Não será fácil. Trump e Kamala estão virtualmente empatados na maioria das pesquisas feitas no estado, que soma sete milhões de eleitores. A base democrata se concentra em Pittsburgh e Filadélfia; e a republicana, em 54 condados das áreas rurais.
Ambos cortejam uma fatia importante do eleitorado — a classe trabalhadora, de tradição sindicalista. Trump explora a alta do custo de vida e os preços da moradia, entre os indecisos. Kamala, por sua vez, apresenta um plano que impulsione o financiamento para homens negros que queiram iniciar um negócio, para impedir a fuga de votos desta parcela.
Três dos estados do Cinturão da Ferrugem — Pensilvânia, Michigan e Wisconsin — formam a chamada “muralha azul” democrata, derrubada por Trump em 2016, reconstruída quatro anos depois por Biden, e que o ex-presidente pretende recuperar.
Em 2020, Biden ganhou a Pensilvânia por apenas 1 ponto percentual — ou seja, por 80 mil votos. O resultado deixou o país em suspenso por quatro dias, fomentando teorias de conspiração ao redor do centro de convenções na Filadélfia. Isso porque as cédulas enviadas pelo correio só podem ser processadas no dia da eleição, atrasando a apuração.
Desde que substituiu o presidente Biden na chapa democrata, Kamala já esteve dez vezes na Pensilvânia. Sua campanha tem 350 funcionários em 50 comitês no estado, a terça parte situada em redutos rurais onde Trump venceu há quatro anos.
O estado protagonizou eventos emblemáticos desta corrida eleitoral. Num comício em Butler, Trump sofreu em julho uma tentativa de assassinato. Kamala escolheu Pittsburgh para lançar seu plano econômico. Foi lá que Obama fez comício, semana passada, para apoiar a vice-presidente.
Nesta segunda-feira (14), os dois candidatos duelaram em áreas distintas da Pensilvânia. Kamala mirou o disputado condado de Erie, tradicional reduto democrata no Noroeste, que vem sendo cooptado por republicanos nas últimas eleições.
Ela alertou os eleitores para o desequilíbrio do ex-presidente, que no fim de semana defendeu o uso das Forças Armadas contra aqueles que descreveu como “inimigo interno, mais perigoso do que a Rússia”.
“Ele considera um inimigo do nosso país qualquer um que não o apoie ou que não se curve à sua vontade. Está em busca de poder descontrolado”, apelou a vice-presidente.
Numa reunião com eleitores em Oaks, no Nordeste do estado, Trump se mostrou alheio às acusações de sua oponente de ser uma ameaça à democracia. Preferiu fazer hora, dançando no palco por 39 minutos, enquanto dois integrantes eram atendidos por paramédicos, a ter que responder às perguntas da audiência.
O candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump, dança durante comício na Pensilvânia, em 14 de outubro de 2024.
David Muse/ Reuters
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Alex Lorel
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