Exército de Israel realizou bombardeios ‘precisos e direcionados’ contra alvos militares iranianos na última sexta (25). A agressão foi uma resposta a um ataque de mísseis do Irã em 1º de outubro. Ali Khamenei x Benjamin Netanyahu
Montagem g1/Reuters/AFP
Um bombardeio realizado por Israel contra o Irã na última sexta-feira (25) marcou o mais recente episódio da escalada de tensões entre os dois países, que tem potencial para desestabilizar ainda mais o Oriente Médio.
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O ataque israelense foi “preciso” contra alvos militares do Irã. Explosões foram ouvidas na capital, Teerã, e em outras cidades do território iraniano. Os bombardeios causaram “danos limitados” e mataram quatro soldados, segundo o governo iraniano. (Leia mais sobre o ataque abaixo)
Israel afirma que o ataque foi em retaliação a um ataque de mísseis feito pelo Irã em território israelense no início do mês. O Irã havia prometido que qualquer ataque israelense teria uma resposta.
Veja abaixo o que disseram as principais autoridades de Israel e Irã após o ataque da última sexta-feira:
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu
Após o ataque, o premiê israelense Benjamin Netanyahu disse que o ataque foi “preciso e poderoso” e que alcançou todos os seus objetivos.
“A força aérea atacou em todo o Irã. Atingimos duramente as capacidades de defesa do Irã e sua habilidade de produzir mísseis que são direcionados contra nós”, disse Netanyahu em um discurso.
Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aparece reunido com militares enquanto Israel ataca o Irã, em 26 de outubro de 2024
Governo de Israel
Líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, chamou o ataque israelense de “um erro” e afirmou que os militares iranianos devem determinar a melhor forma de demonstrar o poder iraniano a Israel.
“Os sionistas (israelenses) estão cometendo um erro de cálculo em relação ao Irã. Eles não conhecem o Irã. Eles ainda não conseguiram entender corretamente o poder, a iniciativa e a determinação do povo iraniano. Precisamos fazer com que entendam essas coisas”, disse Khamenei em publicação na rede social X.
Exército de Israel
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), Daniel Hagari, disse que o ataque ao território do Irã foi uma “resposta a meses de agressões contínuas” que o regime iraniano e seus aliados têm realizado contra o Estado de Israel.
“O regime no Irã e seus aliados na região têm atacado Israel incessantemente desde 7 de outubro – em sete frentes – incluindo ataques diretos a partir do solo iraniano. Como qualquer outro país soberano no mundo, o Estado de Israel tem o direito e o dever de responder. Nossas capacidades defensivas e ofensivas estão totalmente mobilizadas. Faremos o que for necessário para defender o Estado de Israel e o povo de Israel”, afirmou Hagari.
Explosão é vista em Teerã após ataque de Israel no Irã
Ministério das Relações Exteriores do Irã
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmaeil Baghaei, prometeu uma resposta “definitiva e eficaz” do Irã ao ataque israelense.
“(O Irã) usará todas as ferramentas disponíveis para entregar uma resposta definitiva e eficaz ao regime sionista (Israel)”, afirmou Baghaei em declaração televisionada.
Presidente do Irã, Masoud Pezeshkian
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou que o país não busca uma guerra contra Israel.
“Não buscamos a guerra, mas defenderemos nossa nação e nosso país. Daremos uma resposta adequada à agressão do regime sionista”, disse Pezeshkian a um conselho de ministros.
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Sistema de defesa aérea do Irã em funcionamento durante ataques de Israel
Vingança de Israel
Israel lançou três ondas de ataques aéreos contra o Irã na madrugada de sábado (26), pelo horário local — noite de sexta-feira (25), no Brasil. Várias explosões foram ouvidas na capital, Teerã.
As Forças de Defesa de Israel afirmaram que conduziram um “ataque preciso e direcionado” contra alvos militares. Segundos os israelenses, aeronaves da força aérea atingiram instalações de fábricas de mísseis utilizados pelo Irã contra o Estado de Israel ao longo do último ano.
De acordo com a imprensa norte-americana, Israel evitou atacar estruturas nucleares e petrolíferas do Irã. Oficiais dos EUA e de Israel afirmaram que a segunda e a terceira ondas se concentraram em bases de mísseis e locais de produção de drones.
Os militares do Irã disseram que os ataques de Israel contra eles visaram bases militares nas províncias de Ilam, Khuzestan e Teerã, e causaram “danos limitados”, mas quatro soldados morreram. Diversas autoridades do Irã prometeram resposta “proporcional e definitiva” à agressão mais recente de Israel.
Desde o início de outubro, Israel vinha prometendo um contra-ataque contra o Irã. Os Estados Unidos disseram que estavam trabalhando junto com o governo israelense para uma resposta ao ataque iraniano.
No comunicado, Israel afirmou que está sendo atacado pelo Irã desde 7 de outubro de 2023, quando terroristas do Hamas invadiram o território israelense. Naquele dia, centenas de pessoas foram mortas e mais de 200 foram sequestradas. O Hamas e o Irã são aliados.
Além disso, no dia 1º de outubro deste ano, o Irã lançou cerca de 200 mísseis contra Israel em retaliação à morte de Hassan Nasrallah, número 1 do grupo extremista libanês Hezbollah.
A Casa Branca disse que foi avisada sobre a ação israelense pouco antes de ela ser lançada. Segundo a agência de notícias Reuters, ocorreu uma conversa entre os secretários de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e o de Israel, Yoav Gallant, após os ataques. A fonte da agência não informou detalhes da conversa nem quanto tempo durou a ligação.
Israel detalha ataque contra o Irã
O ataque do Irã
No dia 1º de outubro, mísseis lançados pelo Irã cruzaram os céus de cidades israelenses importantes, como Tel Aviv e Jerusalém. Boa parte do ataque foi interceptada pelos sistemas de defesa de Israel.
Uma operação do tipo contra o território israelense era aguardada desde o fim de julho, quando Ismail Haniyeh, então chefe do Hamas, foi assassinado em Teerã.
O Irã responsabilizou Israel pela morte de Haniyeh e disse que a operação representava uma violação da soberania do país.
No fim de setembro, o Irã voltou a prometer uma resposta a Israel pelas mortes de Hassan Nasrallah, chefe do grupo extremista Hezbollah, e Abbas Nilforoushan, membro da cúpula da Guarda Revolucionária do Irã. Ambos foram mortos em bombardeios israelenses em Beirute, no Líbano.
Após o ataque iraniano, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou a ação iraniana como um “grande erro” e afirmou que o Irã irá “pagar” pelo ataque.
O governo de Israel informou que duas pessoas ficaram feridas sem gravidade durante o ataque iraniano e que não houve registro de prédios ou residências atingidos.
O governo do Irã garantiu que qualquer contra-ataque de Israel resultaria em uma resposta “subsequente e esmagadora”, além de uma “grande destruição” para infraestruturas israelenses. Além disso, o aiatolá Ali Khamenei — autoridade máxima do Irã — foi colocado em um local protegido.
Irã voltou a atacar Israel pela segunda vez este ano. Foto mostra mísseis sendo interceptados no céu da cidade de Ashkelon, em Israel.
Reuters via BBC
Histórico em abril
Irã atacou diretamente Israel pela primeira vez em abril deste ano. À época, o país lançou mísseis e drones contra o território israelense em resposta a um bombardeio que atingiu a embaixada do Irã em Damasco, na Síria.
Dias depois, como resposta, bombardeios atingiram uma região do Irã com instalações nucleares. Embora Israel não tenha assumido a autoria, autoridades americanas confirmaram que a ação era uma resposta israelense.
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Alex Lorel
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