Vice-presidente aposta no eleitorado feminino e nos republicanos moderados, enquanto o ex-presidente investe na retórica agressiva e apocalíptica para angariar o voto de homens que não se interessam por política. Donald Trump e Kamala Harris disputam a eleição presidencial dos EUA em 2024
REUTERS/Eduardo Munoz/Nathan Howard
Na última semana da corrida eleitoral mais tensa e disputada dos EUA, Donald Trump e Kamala Harris estarão concentrados no mesmo objetivo: seduzir o pequeno grupo de eleitores, estimado em 4%, que ainda é passível de ser convencido a bandear para o seu campo, e, ao mesmo tempo, energizar os eleitores a entrar no modo voto, seja presencialmente ou por correio.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
Qualquer pequeno deslize nesse período pode se revelar fatal nas urnas. Se a meta é igual — ocupar a Casa Branca nos próximos quatro anos — as estratégias das duas campanhas são distintas para a conquista de indecisos nos sete estados, onde a balança pode pender tanto para o lado democrata como para o republicano. As pesquisas indicam o empate técnico.
Dessa forma, Trump e Kamala dedicarão boa parte da semana final de campanha em périplos por Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Geórgia, Carolina do Norte, Arizona e Nevada. O ex-presidente vem conseguindo reduzir, nas últimas semanas, a diferença nas pesquisas, com ganhos junto aos eleitores latinos e jovens negros.
A contar pelo comício de domingo (27) no Madison Square Garden, Trump deverá intensificar a aposta na retórica anti-imigração, reforçando os planos para a deportação em massa, e nos insultos a Kamala, frequentemente qualificada como burra e incompetente.
Ao traçar cenários apocalípticos, caso a Presidência se mantenha sob o controle democrata, o ex-presidente apela à sua base, mas busca também o eleitor desmotivado, que não se interessa por política.
Em Nova York, contudo, ele foi atingido por fogo amigo de um de seus oradores convidados. O comediante Tony Hinchcliffe chamou Porto Rico de “ilha de lixo flutuante”, gerando uma onda de protestos entre os latinos e os próprios partidários.
Para atenuar os danos junto ao eleitorado porto-riquenho na Pensilvânia, o maior dos estados decisivos, a campanha republicana tentou distanciá-lo dos comentários racistas e xenófobos. Mas, até agora, o ex-presidente não condenou o comediante aliado. Não se espera dele, nesta última semana, mudança de tom ou contenção.
A candidata democrata, por sua vez, procura turbinar o eleitorado feminino, alertando sobre os riscos da proibição do aborto para a saúde da mulher. E tenta atrair os republicanos moderados, insatisfeitos com as atitudes e declarações erráticas do ex-presidente e que não se identificam com o movimento radical MAGA, liderado pelo ex-presidente. As pesquisas estimam que 9% dos republicanos não votarão nele.
Nos últimos dias, Kamala tem angariado o apoio de figuras importantes no campo adversário para ampliar as acusações de que Trump é desequilibrado e inepto para ocupar a Casa Branca. Nesse grupo estão a ex-congressista Liz Cheney – com quem fez campanha no Michigan – e partidários da ex-candidata Nikki Haley, que concorreu contra Trump nas primárias.
O Sonho Americano: série especial do JN investiga o que motiva os eleitores nos EUA
A economia tem se revelado um ponto vulnerável para a vice-presidente, que não conseguiu demarcar distância do governo do impopular presidente Biden, do qual faz parte. A inflação, apesar de reduzida, ainda arrasta a candidata para baixo.
Kamala inicia a sua última semana de campanha com um grande comício nesta terça-feira (29) em Washington, perto da Casa Branca, no mesmo local onde Trump incitou, há quatro anos, seus partidários a invadirem a sede do Congresso.
Ali, a candidata democrata deverá reforçar o ponto nevrálgico da sua agenda para atrair os indecisos: o papel de Trump no ataque ao Capitólio e a ameaça que ele representa à democracia americana.
LEIA TAMBÉM
Eleições 2024 nos EUA: veja como Kamala e Trump estão nas pesquisas
Joe Biden vota nas eleições presidenciais dos EUA de forma antecipada em Delaware
Promotor público da Filadélfia processa Elon Musk por doação de US$ 1 milhão para eleitores
VÍDEOS: mais assistidos do g1

Tags
About Author

Alex Lorel
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua veniam.

Deixe um comentário